Dito e feito
A anunciada debandada de vereadores do Podemos por conta da deposição de Sérgio Murilo do comando do partido no Estado não passou de jogo de cena. O levante propagado por Murilo foi mesmo um tiro de festim, como divulgou esta coluna, lembrando que na hierarquia partidária é praxe entregar o comando a uma liderança que detém mandato e a estratégia eleitoral falaria mais alto que o gesto de fidelidade ao dirigente deposto. Os vereadores de Campo Grande Clodoilson Pires, Zé da Farmácia e Ronilço Guerreiro já sinalizam permanência no Podemos, sob a liderança da senadora Soraya Thronicke, que assume as rédeas do partido no fim de novembro.
Sem traquejo
Como em política nada é definitivo, a mudança de partido não é descartada em nenhuma situação, mas ninguém vai correr o risco de naufrágio entrando em barco lotado. Nessas alturas do campeonato, os times de pré-candidatos já estão mais ou menos escalados, principalmente nos partidos eleitoralmente mais competitivos, como é o caso do PSDB, para onde os amotinados do Podemos pretendiam se abrigar. De qualquer modo, os vereadores já não estavam tão satisfeitos com a falta de habilidade política de Sérgio Murilo (foto), erro que o levou a ser expurgado do governo do PSDB.
Boa noite cinderela!
Enquanto não acorda para o crescimento do déficit público, cada vez mais distante dos prognósticos da equipe econômica, o presidente Lula vai desfrutar das fantasias que se apresentam durante o sono. Licitação prevê a compra de roupas de cama e banho para as residências oficiais do casal presidencial no valor de R$ 88,9 mil, com peças feitas de algodão egípcio. São 168 itens, entre colchas, porta-travesseiros, kit edredom, fronhas, mantas, jogos de lençol, toalhas, roupões e tapetes. A exigência é que sejam fabricados com 100% algodão egípcio, a partir de 300 fios. Os roupões devem ser canelados na parte externa e atoalhados na parte interna, com bolsos e cinto, cor branca e fio penteado. Com tanta maciez, o risco é o presidente ficar dormindo mais tempo que o necessário. Faz o L!
Gargalo
Há 20 anos, o então governador Zeca do PT dizia que as barreiras alfandegárias seriam um desafio maior que os obstáculos físicos, como a travessia da Cordilheira dos Andes. Agora, com a expedição partindo para a comprovação da viabilidade do corredor que liga as duas costas marítimas, o problema aduaneiro veio à tona. O transporte de produtos até os portos do Chile enfrenta, além da burocracia alfandegária, longos trechos sem postos de apoio e cidades sem estrutura básica, como hospitais, segurança e espaço para descanso dos caminhoneiros.
Longo caminho
Em que pese a determinação e a importância para a integração e incremento das exportações para a Ásia, a Rota Bioceânica vai demandar, ainda, algum tempo para tornar o transporte competitivo. Daí a necessidade de as obras de infraestrutura viária virem acompanhadas também de serviços de complementação urbana e de apoio logístico. Afinal, são 2.396 km de estradas, parte delas sem pavimentação. Só de combustível, o percurso de ida e volta de Campo Grande ao Chile vai custar R$ 20 mil.
Com informações: Willams Araújo/Conjuntura Online