Poço sem fundo
Deputados vencidos na votação de aporte financeiro para a cobrir déficit defendem auditoria independente e transparência nos gastos da Cassems. É pouco provável que novos déficits não ocorram. Como se sabe, tornou-se praxe o socorro-financeiro às santas-casas e hospitais públicos, beneficentes e conveniados. A explicação é a demanda crescente pelos serviços de saúde.
Mamata enraizada
A investigação de vereadores da Câmara de Juti por gastos para custear diárias não é fato isolado. É mais um caso na sistêmica gastança promovida em boa parte dos legislativos municipais. Escudados na velha máxima segundo a qual “no poder público tudo é permitido desde que a lei não proíba”, eles mesmos definem os reembolsos por suas viagens nem sempre de interesse público. Em Bonito, por exemplo, viagens às Cataratas do Iguaçu acabaram estourando o orçamento da Câmara. Mas por lá os gastos não param, graças ao velho dispositivo da “suplementação orçamentária”. Está aí um dos motivos pelos quais o cargo de vereador é tão cobiçado.
Legal
E por falar nisso, em todas as esferas do Poder Legislativo, federal, estadual e municipal, os parlamentares não precisam por a mão no bolso para gastos gerais “no exercício do mandato”. São as chamadas verbas indenizatórias que cobrem despesas de transporte e publicidade, entre outras demandas do cotidiano político-partidário.
Escreveu, não leu…
A propósito, no ranking das despesas reembolsáveis, o post no Instagram está disparado na frente. Mas a competição desenfreada tem levado à perda de qualidade das postagens, com mensagens em linguagem dúbia e nenhum cuidado com regrinhas gramaticais básicas, como a concordância verbal. “É importante políticas públicas que os ampare”, escreveu no Instagram parlamentar cujo pai já foi até secretário de Educação.
Empacou
Apesar de vantagens econômicas, apelo ambiental e incentivos que inclui até voucher-combustível de R$ 1.000, o programa do Governo do Estado que incentiva o uso do GNV (Gás Natural Veicular) não avançou, passados 60 dias do seu lançamento. A culpa não é do governo, mas há um problema de logística que contribui para que a adesão ao combustível alternativo seja baixa. É preciso desembolsar pouco mais de R$ 6 mil para deixar o veículo preparado para usar GNV. Quem tem dinheiro não está muito preocupado com a diferença de preço entre gasolina, etanol e gás.
Queixas
Em MS, menos de 0,30% dos veículos licenciados são bicombustíveis (gasolina ou etanol e gás natural). O gasto com implantação e manutenção do sistema de adaptação nos veículos é uma questão que pesa, mas outro fator de queixa vem por parte dos motoristas de carros de aplicativo. Os carros movidos a GNV devem carregar cilindros do combustível no porta-malas, o que leva à perda de espaço nesse compartimento. Isso faz com que haja perda de clientes em redes de supermercado, aeroporto e shopping centers. O número restrito de postos de abastecimento também desestimula.
Com informações: Willams Araújo/Conjuntura Online