A convenção do PSDB amanhã, em Campo Grande, vai homologar a candidatura do ex-secretário de Estado de Infraestrutura, Eduardo Riedel, como candidato ao governo do Estado com uma surpresa: o auto-intitulado bispo Marcos Antonio Camargo Vitor, da Igreja Sara Nossa Terra em Dourados, será anunciado candidato a vice-governador na chapa tucana. Das duas uma: ou Riedel e a cúpula tucana têm convicção que a figura de vice é meramente decorativa ou algum gênio da lâmpada fez Riedel acreditar que o bispo sem bispado foi o responsável pela expressiva votação que o juiz Odilon de Oliveira recebeu em Dourados nas eleições de 2018. Naquele pleito, com a onda moralista e bolsonarista varrendo o Estado e parte do Brasil, o juiz Odilon (PDT) venceu o então governador Reinaldo Azambuja (PSDB) no primeiro e no segundo turnos em Dourados, mesmo com o atual governador tendo escolhido Murilo Zauith como vice. Acreditar que o bispo evangélico foi o responsável por essa proeza é ignorar a densidade eleitoral perto de zero do religioso que num passado não muito distante vivia se metendo em confusão. Talvez a escolha do pregador evangélico tenha sido motivado pelo fato de nem Marquinhos Trad (PSD), nem Rose Modesto (União Brasil) terem escolhido vice de Dourados para suas respectivas chapas ao governo do Estado. Por essa ótica a matemática seria a seguinte: não precisa ter voto, precisa apenas ser de Dourados para cumprir o papel figurativo na chapa. De real mesmo foi que o PSDB mandou fazer uma ampla pesquisa eleitoral qualitativa e quantitativa em Dourados para escolher o nome do vice de Eduardo Riedel, mas todos os escolhidos, entre eles um campeão de votos, declinaram do convite mesmo com a promessa de ter uma participação ativa num futuro governo. Com a negativa dos nomes com densidade eleitoral e sem tempo para convencer alguém capaz de somar nas urnas, restou à cúpula tucana pegar emprestado o vice que serviu ao juiz Odilon. Agora é aguardar as próximas pesquisas de intenção de voto para saber até que ponto a escolha de um bispo sem bispado vai influenciar na escolha do eleitor douradense. Se conseguir fazer o candidato do PSDB superar a intenção de voto no deputado Capitão Contar (PRTB) já terá cumprido seu papel. O detalhe ê que o tal Contar, que também realiza convenção hoje, vai esperar até os 45 do segundo tempo para decidir de segue na aventura de disputar a cadeira de governador, mesmo sem dinheiro, ou se arruma um pé de meia, garante o futuro e, de sobra, volta a disputar o segundo mandato na Assembleia Legislativa. Quem está se divertindo com tudo isso é o ex-governador André Puccinelli (MDB), que já está no segundo turno e aguarda de camarote aquele ou aquela que com quem disputará o comando do Parque dos Poderes. Em tempo: nas eleições de 2018 o juiz Odilon ficou com 42,70% dos votos em Dourados, o que representou
45.364 votos no primeiro turno, contra 40,36% de Reinaldo Azambuja. Que Eduardo Riedel não caia na besteira de acreditar que terá o mesmo desempenho só porque estará com o mesmo vice. Vai vendo!!!