Home Malagueta Síndrome do caciquismo pode atrapalhar planos nas eleições em MS

Síndrome do caciquismo pode atrapalhar planos nas eleições em MS

por Marcos Santos
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A sensação é que as tais cabeças pensantes da política não pensam nada ou não conseguem aprender com os próprios erros. Na maior parte das vezes quem acredita que mais com mais é mais, acaba descobrindo que mais com mais pode ser menos, de forma que em política menos pode ser mais! Entendeu? Voltando quase 25 anos no tempo, veja o episódio envolvendo Ricardo Bacha, Pedro Pedrossian e Zeca do PT na disputa pelo governo do Estado. Com as burras cheias depois de ter privatizado a Enersul, o então secretário de Estado do governador Wilson Barbosa Martins fez uma campanha faraônica, com centenas de Kombis personalizadas e transformadas em carros de som, milhares de cabos eleitorais e os artistas mais caros animando os comícios. Era de Zezé Di Camargo e Luciano pra cima. O velho Pedro Pedrossian, homem sabido de política, ex-governador e famoso por ser tocador de obras, também fez bonito na campanha e não economizou o dinheiro doado pelos empreiteiros da época. O povo da Nosde Engenharia que o diga! Na humilde, Zeca do PT conseguiu juntar uma meia dúzia de kombetas, não tinha dinheiro para contratar artistas nacionais e, tampouco, cabos eleitorais. Saiu pelo Estado hasteando a bandeira da mudança e deu no que deu! Percebeu que em política menos pode ser mais? Relembre 2002, quando Zeca do PT depois de quatro anos de mandato foi para a reeleição com uma campanha milionária (financiada pelo tal Grupo de Notáveis) e por muito pouco não perdeu para a senadora Marisa Serrano, professora de Bela Vista que fez carreira na política tendo como alicerce uma humildade e serenidade que dava inveja em qualquer monge tibetano. Ainda que tenha sido um pouco mais equilibrada, a disputa em 2006 entre André Puccinelli e o senador Delcídio do Amaral também comprovou a teoria do menos é mais. Em 2018, por exemplo, quando a maioria deduzia que a reeleição de Reinaldo Azambuja na disputa com o ex-juiz Odilon de Oliveira seria favas contadas, eis que surge um susto de tirar pica-pau do oco e, por pouco, a boiada não foi para o brejo. No cenário atual, quando 4 nomes despontam na pré-campanha para o governo do Estado, a dúvida é saber se a regra do menos é mais deve ser respeitada ou se vale a pena apostar no quanto mais melhor! O fato é que o caciquismo, tão comum nas eleições em Mato Grosso do Sul, deve atrapalhar todos os candidatos neste momento de formação de equipes para tocar uma campanha eleitoral que será cara, ainda que seja curta. Entre o fim das convenções e o dia da votação serão pouco mais de 60 dias e considerando que todo material de campanha, bem como a parte financeira, só pode ser definido após o registro da candidatura, feliz daquele que conseguir 45 dias limpinhos para tentar vender seu peixe. Neste ponto, os candidatos devem ficar atentos para eventuais trapalhadas dos seus coordenadores, sobretudo aqueles que acham que basta acertar com o cacique sem a necessidade de conversar com o baixo clero que, no fundo, forma a base da política partidária e eleitoral. Vai vendo!

Liderança Prestigiada

De passagem por Dourados, ainda tentando montar o time para a campanha eleitoral, o pré-candidato ao governo do Estado, Marquinhos Trad (PSD), marcou um golaço ao convidar para reunião no Hotel Bahamas o ex-vereador Alberto Alves dos Santos, o Bebeto. Esquecido pelos demais nomes que estão na disputa majoritária, Bebeto, que debutou na política em 1982 e exerceu seis mandatos como vereador em Dourados, é uma liderança que não pode ser alijada do processo eleitoral. A liderança que o ex-vereador exerce ainda hoje nas comunidades rurais, sobretudo nos distritos do município, deve ser vista pelos candidatos como um ativo político importante para quem sonha com qualquer projeto de poder.

Trajetória de Respeito

Bebeto, que chegou a ser responsável pelo departamento de manutenção de estradas rurais na gestão do ex-prefeito Ari Artuzi, é uma referência política em Vila Vargas, distrito onde constituiu família e reside até hoje. Aliás, os seis mandatos de Bebeto na Câmara Municipal foram pautados por ações em favor dos distritos, como programas habitacionais, centros de educação infantil, asfalto, manutenção de estradas vicinais, construção de pontes de concretos, entre tantas outras conquistas. Terrivelmente evangélico, membro da Igreja Assembleia de Deus, onde foi batizado ainda na adolescência, Bebeto deveria ser mais ouvido pelos políticos, sobretudo aqueles de plantão!

Estratégia de Marquinhos

Além de se reunir com o ex-vereador Bebeto, o ex-prefeito Marquinhos Trad também teve conversas ao pé do ouvido com outros ex-vereadores de Dourados, como Dirceu Longhi, Carlinhos Cantor, Marcelo Hall, bem como alguns detentores de mandato que foram convidados para um dedo de prosa e aproveitaram para ouvir o que o campo-grandense teria a oferecer para os douradenses. Poucos saíram dos encontros empolgados. A Malagueta perguntou ontem à vereadora Daniela Hall (PSD) se ela havia fechado questão em torno da candidatura de Marquinhos Trad e a resposta foi direta: “Por enquanto, estou fechada apenas com a candidatura do Londres Machado!”.

Vereadores em Peso

Por outro lado, o ex-secretário de Estado de Infraestutura, Eduardo Riedel, pré-candidato ao governo do Estado, conseguiu reunir 11 dos 19 vereadores de Dourados. O encontro aconteceu no Hotel Bahamas, no dia seguinte à passagem de Marquinhos Trad pelo município e serviu para discutir a participação dos aliados na campanha eleitoral que se avizinha. Pelo jeito, além de contar com apoio ostensivo de 71 dos 79 prefeitos de Mato Grosso do Sul, a campanha de Eduardo Riedel também aglutinar grande parte dos vereadores. Espia só!

Podemos Empolgado

Quem participou na noite de ontem do ato de apresentação dos pré-candidatos do Podemos em festa que aconteceu no Rádio Clube Cidade, em Campo Grande, com a presença da deputada federal Renata Abreu, presidente nacional da legenda, jura que o comando do partido está empenhado em carregar a candidatura da deputada Rose Modesto (União Brasil) ao governo do Estado. Assunto muito comentado no encontro ontem foi a informação divulgada pela Malagueta tornando pública a reunião entre o vice-governador Murilo Zauith (União Brasil), o ex-secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Sérgio Murilo Mota (Podemos) e a dublê de senadora Soraya Vieira Thronicke (União Brasil), para bater o martelo em torno da definição do nome do vice de Reinaldo Azambuja como vice na chapa de Rose Modesto.

Reunião Confirmada

Também confirmando informação antecipada pela Malagueta, ao final do Encontro do Podemos no Rádio Clube Cidade, em Campo Grande, um seleto grupo de lideranças da legenda e alguns convidados de outros partidos, se reuniram na residência de Sérgio Murilo Mota, para discutir com a deputada federal Renata Abreu, presidente nacional do Podemos, a participação da agremiação na chapa majoritária encabeçada por Rose Modesto. A presidente nacional do Podemos deu à Executiva Estadual total autonomia para construir o projeto que melhor atendesse aos interesses do partido em Mato Grosso do Sul.

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