O governador Eduardo Riedel decidiu colocar o PSDB de vez na disputa pela Prefeitura de Dourados. Nas padarias da vida a versão mais encorpada era que o chefe do Parque dos Poderes não mediria esforços para eleger os prefeitos dos maiores colégios eleitorais de Mato Grosso do Sul, com destaque para Campo Grande, Três Lagoas, Corumbá, Nova Andradina e Ponta Porã, mas que não entraria na disputa em Dourados em respeito ao envolvimento do atual prefeito Alan Guedes (PP) nas eleições de 2022, quando o chefe do Executivo Municipal abraçou a candidatura tucana na disputa direta com o então deputado Capitão Contar (PRTB). A presença do governador em Dourados na sexta-feira para abonar a filiação do ex-deputado Marçal Filho, ungido pela cúpula tucana para disputar a Prefeitura de Dourados, joga pá de cal nas conversas de padaria. Os devotos de São Tomé Apóstolo, que bradavam aos quatro cantos a incredulidade na candidatura de Marçal Filho a prefeito, poderão recorrer ao Evangelho na sexta-feira, a partir das 19h, no Salão de Festas da Seleta Caritativa e Humanitária, no Jardim Flórida, exibindo faixas ou cartazes com a frase: “Quem tem olhos para ver, veja!”. Além do governador Eduardo Riedel, o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente da Executiva Estadual do PSDB, e lideranças tucanas locais, regionais e estaduais também devem marcar presença no ato que vai simbolizar o início da pré-campanha de Marçal Filho.
Articulação Tucana
O fato é que a cúpula do PSDB está a frente das articulações para construção da chapa majoritária e, também, proporcional em Dourados. Tanto que a escolha do nome que estará ao lado de Marçal Filho como candidato a vice-prefeito está passando pelo alto clero do tucanato e as lideranças já trabalham com a possibilidade do empresário e ex-presidente do Sindicato Rural de Dourados, Issao Iguma Filho (MDB), aceitar o convite que foi feito primeiro pelo deputado estadual Zé Teixeira, depois pelo ex-governador Reinaldo Azambuja e nesta semana pelo governador Eduardo Riedel, durante reunião em Campo Grande. Vai vendo!
Seleta sem Murilo
O ex-vice-governador Murilo Zauith (União Brasil) foi convidado pelo deputado estadual Zé Teixeira (PSDB) para o ato de filiação do PSDB na sexta-feira. Cheio de boas intenções, o deputado colocou na cabeça que essa seria uma boa oportunidade para selar as pazes entre Murilo Zauith e Reinaldo Azambuja, com o belo aperto de mãos para deleite dos fotógrafos. Mas como diria a deputada Lia Bernardes Nogueira: moiô o pé do frango. Murilo mandou avisar que segue no projeto, mantendo o União Brasil na coligação, mas entende que ainda não chegou a hora de fumar o cachimbo da paz.
Movimento de Alan
Em meio às movimentações do PSDB, do PT e até do PL, o prefeito Alan Guedes (PP) também está amarrando acordos e reunindo lideranças para pavimentar a campanha pela reeleição. O primeiro passo está sendo levar para o Partido Progressista os vereadores que estiveram com ele nesses 3 anos e 3 meses de mandato, criando uma chapa proporcional forte tanto no PP quanto nos partidos que estarão aliados. A dúvida maior é uma só: será que o Partido Liberal, que desfruta de cargos com DGAs gordinhos na Prefeitura de Dourados, vai dobrar com o PP e indicar o candidato a vice ou vai roer a corda? Diz a lenda que alguém apresentou um milhão de motivos para honrar o compromisso! Vai vendo!
Comando Republicano
O vice-prefeito de Dourados, Dr. Guto, segue hoje pela manhã para Campo Grande onde assinará a filiação ao Republicanos e retornará à Dourados para assumir o comando do partido que hoje abriga o vereador Fábio Luis da Silva. A frente da Executiva Municipal, Dr. Guto terá a missão de construir uma chapa com 21 nomes e, também, definir se o Republicanos disputará a cadeira do prefeito Alan Guedes ou optará por coligar com alguma chapa majoritária. Nas eleições de 2020, o Republicanos entrou em campo com o farmacêutico Racib Panage Harb e recebeu 11.410 votos na disputa pela prefeitura.
Titanic de Barbosinha
Em Campo Grande, onde se concentram as lideranças partidárias de Mato Grosso do Sul, a fala corrente é que a pré-candidatura do vice-governador José Carlos Barbosinha a prefeito de Dourados já “titanicou”. Depois de uma longa conversa com aliados e com o próprio governador Eduardo Riedel, o vice-governador teria levado o navio da pré-candidatura de volta ao estaleiro, não sem antes compor importantes acordos visando 2026, quando deverá se lançar candidato a deputado federal ou retornar à Assembleia Legislativa. De toda forma, o simples fato de Barbosinha ter aventado a possibilidade de disputar a Prefeitura de Dourados mexeu com o tabuleiro político municipal.
Projeto de Délia Razuk
Quem também está mirando 2026 é a ex-prefeita de Dourados, Délia Razuk (PSDB). A cúpula tucana até tentou convencer Dona Délia, campeã de votos nas disputas proporcionais, a se candidatar a vereadora nestas eleições, mas ela entendeu que esse projeto causaria prejuízos ao seu grupo político, que já tem dois vereadores e mais 3 pré-candidatos. Ao declinar do convite, a ex-prefeita amarrou o compromisso com a cúpula tucana de mergulhar de cabeça na disputa por uma cadeira na Câmara dos Deputados em 2026, sobretudo porque Dourados está órfão de representação na Bancada Federal de Mato Grosso do Sul.
Procurando Hectare
O procurador-geral do Município de Dourados, Paulo Cesar Nunes da Silva, processou a prefeitura para pagar alíquota de 1% de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) sobre um terreno no condomínio Hectares Park Resort, ao invés da alíquota de 3,5% lançada pelo município. Na primeira instância, ou seja, na 6ª Vara Cível de Dourados, o procurador-geral levou tinta e buscou o caminho natural: apelou ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul alegando direito líquido e certo para que o IPTU relativo ao seu imóvel tenha alíquota de 1% ao invés de 3,5% porque ainda não havia construído na área, de forma que estaria sendo aplicada a progressividade indevida sobre o imóvel.
Hectare Encontrado
Ao julgar o recurso de Apelação do procurador-geral do Município de Dourados, Paulo Cesar Nunes da Silva, o Desembargador Lúcio R. da Silveira, relator do voto, entendeu que e admissível a progressividade fiscal e a instituição de alíquotas seletivas de IPTU em função da localização e do uso do imóvel; que no tocante ao imóvel em discussão, localizado no condomínio Hectares Park Resort, o fato de o terreno não ser edificado e estar localizado em condomínio fechado não é suficiente para atrair a aplicação da alíquota de 1% prevista na lei para terrenos não edificados e que “tal aplicação certamente colocaria situações desiguais em um patamar de igualdade, deixando de atender ao princípio da isonomia tributária”. Por fim, julgou improcedente o Recurso e mandou o procurador-geral pagar o que todos pagam, ou seja, 3,5% de IPTU.