Home Malagueta Relapsa na formação das chapas, Tereza Cristina prejudicou o PP

Relapsa na formação das chapas, Tereza Cristina prejudicou o PP

por Marcos Santos
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A deputada federal e ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina Correa da Costa, pode até ostentar entre os membros do governo e perante o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, o título de uma das ministras mais competentes da atual gestão, mas quando se olha o que essa senhora fez na organização do Partido Progressista para a disputa das eleições gerais deste ano, conclui-se que a incompetência fez morada fixa na Executiva Estadual. A deputada até demonstrou prestígio ao seduzir para a legenda quatro deputados estaduais no exercício do mandato – Londres Machado, Gerson Claro, José Carlos Barbosinha e Marçal Filho – que somaram-se ao deputado Evander Vendramini, que já estava no PP, mas parou por aí. A sensação é que na cabeça de Tereza Cristina cada um dos cinco deputados estaduais teria votos suficientes para garantir mais um mandato, ou seja, coisa de 40 mil a 45 mil votos por deputado, o que beira a insanidade quando se analisa a votação que cada um conquistou nas eleições de 2018. O fato inconteste é que Tereza Cristina foi relapsa na formação das chapas para deputado estadual e federal, deixando a legenda em situação delicada e, mais grave, não conseguindo votos para eleger os quatro que já tem mandato de estadual. A situação seria ainda pior, com 3 dos 5 correndo risco de ficar de fora, caso o deputado José Carlos Barbosinha não tivesse aceitado o convite para ser o vice-governador na chapa de Eduardo Riedel (PSDB). A incompetência na ex-ministra da formação da chapa para estadual é tão patente que ela não conseguiu nem mesmo preencher as 25 vagas que o Partido Progressista teria direito na disputa por cadeiras na Assembleia Legislativa. Conseguiu, com muito custo, 18 nomes e com a saída de Barbosinha sobraram 17. É mole? Faça um exercício, leitor! Analise a densidade eleitoral de cada um desses nomes que vão compor a chapa de deputado estadual do PP: Adriano Barreto Kawhata, Derly dos Reis de Oliveira, Evander Vendramini, Edinaldo Viana, Fabio Eduardo de Castro, Fabrícia Dias Prioste, Gerardo Gabriel Nunes Boccia, Gerson Claro Dino, Jorge Luiz Soares de Figueiredo, Laura Aparecida de Arruda, Londres Machado, Lucilha de Almeida, Luiz Carlos de Souza Junior, Marçal Filho, Marcia Gonçalves Romero, Paula Magda Gomes de Morais, Velaluce dos Santos Dantas. A pergunta que não quer calar é uma só: tirando os deputados Londres Machado, Gerson Claro, Marçal Filho e Evander Vendramini, qual dos nomes acima consegue tirar mais de 10 mil votos nas urnas? A resposta é rápida e rasteira: nenhum!

Estaduais sem Voto

Quem entende do riscado jura que excluídos os candidatos que já têm mandato, os demais 13 ou 14 nomes restantes da chapa do Partido Progressista não atingem a marca de 5 mil votos. Mais: a maioria deles fará festa se conseguir tirar 1000 votos das urnas. Mesmo num cenário de vacas magras, a ex-ministra ainda deu-se ao luxo de conceder carta de anuência autorizando a vereadora e pré-candidata a deputada estadual Lia Nogueira a trocar o PP pelo PSDB, ou seja, ao invés de trabalhar para que o partido tivesse nomes com densidade eleitoral, Tereza Cristina preferiu trabalhar contra. Vai vendo!

Federais Progressistas

Se a situação da chapa de deputado estadual do Partido Progressista é de fazer chorar, imagina então como anda a chapa de deputado federal precisando fazer 150 mil votos para eleger um nome ou 120 mil votos para ter direito de participar do sistema de sobras eleitorais. Os nove candidatos são: Edilaine Mansueto, Eudélio Mendonça, João Batista da Rocha, João Resende Filho, Luciana Cássia de Azambuja Roca, Luiz Alberto Ovando, Márcio André Scarlassara, Sirlei Faustino Ratier e Walter Benedito Carneiro Júnior. Desses nomes acima, quem consegue sair da urna com mais de 50 mil votos? O fato é que o deputado federal Luiz Ovando corre sério risco de ser deputado de um mandato só caso não consiga repetir o desempenho de 2018, quando tirou 50.376 votos das urnas. De quebra, terá que torcer duas vezes: uma para que Walter Carneiro, que debuta como candidato, e João Rocha sejam bem votados e outra para que fique na frente de ambos, já que apenas um irá para Brasília.

Convenção Progressista

Mas não foi apenas na formação das chapas para deputado federal e estadual que a ex-ministra Tereza Cristina mandou mal não. Até hoje ninguém conseguiu entender como a agora candidata ao Senado Federal conseguiu realizar uma convenção tão fraca para homologar os nomes dos candidatos progressistas. Realizada na sede do partido, em Campo Grande, a convenção mais pareceu uma reunião de condomínio, com filiados e convidados se espremendo num ambiente tímido; banners pendurados num muro atrás dos candidatos; sistema de som improvisado e sem qualquer sinal que naquele local estivesse ocorrendo a convenção de um partido que pretende eleger uma senadora da República. Da mesma forma que foi relapsa com a composição das chapas, foi com a convenção do partido!

Barbosinha na Campanha

O deputado estadual José Carlos Barbosinha (PP) foi confirmado na sexta-feira como vice-governador na chapa de Eduardo Riedel e no sábado já estava gastando sola de sapato em Dourados. Não satisfeito, Barbosinha emendou o domingão visitando correligionários e velhos companheiros de caminhada para se apresentar como o único candidato a vice-governador pela Grande Dourados, já que os demais postulantes ao cargo de chefe do Parque dos Poderes foram buscar o vice em outras regiões do Estado. Com um colégio eleitoral de mais de 162 mil votantes como é Dourados e uma região com cerca de 600 mil eleitores, a expectativa é que esse contingente faça diferença nas urnas em outubro.

Governadores e Vices

Enquanto Barbosinha orbita como o único candidato a vice-governador em todo Sul, Cone Sul e Sudoeste do Estado, Rose Modesto (União Brasil) terá como vice-governador o fazendeiro Alberto Schlatter (Podemos), de Chapadão do Sul; Marquinhos Trad (PSD) terá como vice a médica Viviane Orro (PSD), de Aquidauana; André Puccinelli (MDB) terá Tânia Garib (MDB), de Campo Grande; Renan Contar (PRTB) terá como vice-governador Beto Figueiró (PRTB), de Campo Grande; a advogada Giselle Marques (PT) terá como vice o também advogado Abílio Vanelli (PT), de Coxim; Adonis de Souza (PSOL) terá como vice Ilmo de Oliveira (Rede).

Federais da Capital

Dourados saiu das convenções com elevada possibilidade de voltar a ter representante na bancada federal em Brasília, já que hoje todos os deputados federais por Mato Grosso do Sul são de Campo Grande: Rose Modesto (União Brasil), Fabio Trad (PSD), Beto Pereira (PSDB), Tereza Cristina (PP), Tio Trutis (PL), Vander Loubet (PT), Dr. Luiz Ovando (PP) e Dagoberto Nogueira (PSDB). Juntos, os oito eleitos levaram mais de 60 mil votos das urnas douradenses e deixaram o município, bem como toda Grande Dourados, sem representante na bancada federal depois de quase 4 décadas. É mole?

Federais Douradenses

Em outubro, o eleitor douradense e também da região, terão a chance de corrigir esse erro votando em candidatos de Dourados e da Grande Dourados. As convenções confirmaram nomes para todos os gostos: Laudir Munaretto (MDB), Geraldo Resende (PSDB), Dr. Guto (Podemos), Elias Ishy (PT), Eudélio Mendoça (PP), Walter Carneiro Júnior (PP), Wilson Matos (Podemos) e Maurício Lemes (PSB) são nomes que estão na disputa por uma cadeira na Câmara dos Deputados. Ao invés de votar em paraquedista que salta sobre Dourados e região de quatro em quatro anos, o eleitor poderia escolher entre esses nomes.

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