O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) fez as pazes com o vice-governador Murilo Zauith (União Brasil) e deixará o governo no final de julho para coordenar a campanha de Eduardo Riedel (PSDB) para o governo do Estado. O cachimbo da paz foi fumado no início da semana que passou e dois dias depois Murilo Zauith seguiu para São Paulo onde passou por uma bateria de exames para apurar seu real estado de saúde diante das sequelas que ficaram do período de quase 8 meses de tratamento da Covid-19 no ano passado. Governador e vice estavam rompidos desde o final de 2020, quando assessores de Murilo Zauith capitaneados pelo ex-secretário de Governo da Prefeitura de Dourados, José Jorge Filho, o Zito, passaram a espalhar boatos que Reinaldo Azambuja seria preso por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e que o vice assumiria o governo do Estado. Influenciados pela mente brilhante de Zito, os assessores, à revelia do próprio Murilo, criaram uma espécie de “Gabinete do Mal” dedicado exclusivamente à macular a imagem do governador, espalhando boatos que atingiram não apenas a gestão pública, mas, também a família de Reinaldo Azambuja. Magoado com a atuação do “Gabinete do Mal”, o governador não teve outra saída senão demitir o vice-governador do comando da Secretaria de Estado de Infraestrutura, pasta que administra um dos maiores orçamentos do governo, e também colocar para correr todos os assessores envolvidos na Central de Boatarias, entre eles o próprio Zito. Em janeiro de 2021 o vice-governador foi acometido pelo vírus da Covid-19, teve o quadro agravado e passou quase 8 meses internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Como a mitológica fênix, Murilo Zauith ressurgiu para ocupar o posto de maior líder político do interior de Mato Grosso do Sul e desde então não falou mais com Reinaldo Azambuja, que também não fazia questão de qualquer aproximação, tanto que não se solidarizou com o vice ou com sua família em nenhum momento da internação em São Paulo. Agora, sem “Gabinete do Mal” e disposto a eleger o sucessor, Reinaldo Azambuja reatou com Murilo Zauith que estava, inclusive, cotado para ser candidato a vice-governador na chapa encabeçada pela deputada federal Rose Modesto (União Brasil). Agora o governador precisará decidir entre duas situações: 1 – se afasta durante agosto, setembro e outubro para se dedicar exclusivamente à campanha de Eduardo Riedel e reassume em novembro; 2 – renuncia ao mandato no final de julho e permite que Murilo Zauith finalize a gestão do melhor governo que Mato Grosso do Sul já teve desde a criação do Estado. A vantagem da segunda opção é que Reinaldo tiraria de vez do STJ o Inquérito Penal onde pode virar réu por crimes que vão desde corrupção até lavagem de dinheiro, já que sem foro privilegiado a denuncia do Ministério Público passaria a tramitar na Justiça Comum. Vai vendo!
Destino de Rose
A engenharia política de Reinaldo Azambuja, além de livrar o governador de um monte de problemas e ajudar Eduardo Riedel, atingir a candidatura da deputada federal Rose Modesto para o governo do Estado. Num primeiro momento, Rose perderia o vice dos sonhos já que no governo Murilo teria que apoiar a candidatura de Eduardo Riedel. A coluna apurou que o próprio Reinaldo também estaria conversando com Rose Modesto para que sua ex-vice-governadora desistisse da disputa para ser a vice na chapa de Eduardo Riedel, com o compromisso que ela seria a candidata do grupo à Prefeitura de Campo Grande em 2024.
Mandetta na Jogada
Rose Modesto teria ficado seduzida com a proposta de Reinaldo, afinal de potencial candidata ao governo ela vê sua posição nas pesquisas de intenção de voto caindo a cada novo levantamento. O que atrapalha a composição do União Brasil com o PSDB neste momento é o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), que tem o apoio da cúpula nacional do partido para disputar o Senado Federal e tem usado toda sua intimidade com Antônio Carlos Magalhães Neto, secretário-geral do União Brasil, para manter a candidatura própria da legenda ao governo do Estado.
Destino de Contar
Os bastidores da política em Mato Grosso do Sul começam a ferver dias antes das convenções partidárias. Diz a lenda que o deputado estadual Capitão Contar (PRTB), que tentou emplacar como candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao governo do Estado, mas ficou pelo caminho, teria sido procurador pelo próprio chefe do Palácio do Planalto com a seguinte proposta: desistir de disputar o governo do Estado e, com isso, parar de atrapalhar Eduardo Riedel, e ser o primeiro suplente de senador na chapa da ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina Corrêa da Costa (PP). Vai vendo!
Contar no Senado
A proposta é boa, desde que combinada certinho com os eleitores: Contar seria primeiro suplente de Tereza Cristina, que seria eleita senadora por Mato Grosso do Sul; que tomaria posse no Senado e se licenciaria para voltar a comandar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); que abriria espaço para Contar ser senador da República pelos próximos 4 anos; que no meio do mandato de senador poderia disputar a Prefeitura de Campo Grande como candidato de Bolsonaro; que todos seriam felizes para sempre.
CPI da Robótica
Alguém poderia ensinar para o vereador Fábio Luís (Republicanos) qual o papel de um presidente de CPI? Se ele não aprendeu presidindo a CPI da Covid-19 e agora a CPI da Robótica, jamais terá discernimento para aprender, mesmo que presida outras 10 CPIs. Olha essa: o vereador fez apenas três reuniões com o relator Cemar Arnal (Solidariedade) e com o membro Rogério Yuri (PSDB), não compartilhou documentos com os demais integrantes da CPI da Robótica e, ainda assim, sentiu-se no direito de apresentar um relatório para fazer frente ao documento do relator oficial. Presidente de CPI e relator ao mesmo tempo só a Câmara Municipal de Dourados consegue inventar. Tem certas coisas que só acontecem em certos Legislativos.
Relatório Final Oficial
O relatório paralelo de Fábio Luís foi entregue hoje na Secretaria da Câmara de Vereadores e sua conclusão não merece nem ser informada pela coluna já que o documento não tem qualquer valor legal para a CPI da Robótica. A Malagueta teve acesso ao relatório oficial produzido pelo vereador Cemar Arnal, que teve a seguinte conclusão: após exaustivo exame dos autos no decorrer dos últimos 60 dias e com apresentação do Relatório Final, de forma isenta, baseado em tudo que foi apresentado e pela transparente e acurada análise dos elementos probatórios, concernente aos apontamentos feitos no requerimento de instauração da presente CPI, conclui-se pela inexistência de irregularidades ou ilicitudes na contratação do serviço educacional de robótica pela Prefeitura de Dourados.
Atirando no Escuro
A Malagueta já havia antecipado que o fato determinante apresentado pelo vereador Fábio Luís para pedir a instalação da CPI da Robótica não se sustentava porque o superfaturamento apontado pelo combativo parlamentar como pano de fundo para o pedido não havia ocorrido. Ainda assim, depois de um circo armado para tentar ficar com o cargo de Relator, o vereador Fábio Luís conduziu os trabalhos da CPI sem ignorando os demais integrantes da Comissão e ao final elaborou um relatório bisonho que será tema de chacota entre seus pares. Vai acabar reclamando no Vaticano, em petição ao Papa Francisco! Vai vendo!