O ex-todo-poderoso Sérgio de Paula, que acabou de deixar a presidência da Executiva Estadual do PSDB e, inclusive, entregou o pedido de desfiliação partidária, terá o nome aprovado no dia 2 de agosto para ocupar uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE). A indicação do governador Reinaldo Azambuja, que assumiu o lugar de Sérgio de Paula no comando do PSDB, precisa passar pelo crivo dos deputados estaduais, mas em tempos de eleição e com todos os parlamentares precisando de uma força do Parque dos Poderes, fica praticamente impossível a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul barrar a indicação. Inicialmente, o nome de Sérgio de Paula seria levado à apreciação dos deputados estaduais somente após o segundo turno das eleições gerais, quando o PSDB espera eleger o ex-secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel para suceder Reinaldo Azambuja, mas foi tanta confusão com correligionários e tanta truculência (para não dizer desrespeito) com aliados, que o governador preferiu não correr riscos e resolver logo essa questão. Entre os deputados estaduais a voz corrente é que após as eleições, independente do resultado das urnas, a indicação de Sérgio de Paula não passaria pelo crivo da Assembleia Legislativa em resposta à forma arrogante, prepotente e absolutamente autoritária com a qual o eterno assessor do governador vinha tratando os aliados nessa pré-campanha. Talvez por isso, o próprio Reinaldo Azambuja tenha preferido assumir o comando da Executiva Estadual do PSDB para retomar o diálogo com as forças políticas e reparar os estrados feitos pelo antecessor, que nos últimos meses estava se achando o gás da Coca-Cola; a última bolachinha do pacote; o último oásis do deserto. O modus operandi de Sérgio de Paula, atropelando inclusive aliados históricos do PSDB e do próprio governador; criando candidaturas para atrapalhar a eleição de desafetos; firmando compromissos que não estavam sendo honrados; tratorando aliados e bajulando adversários, estava causando desconforto não apenas para o governador, mas, também, para Eduardo Riedel, o pré-candidato ao governo do Estado que tem o apoio da máquina, mas que vinha enfrentando certas resistências em razão da forma equivocada com a qual o futuro conselheiro do TCE fazia política. Há quem garanta que a pressa de Reinaldo Azambuja em indicar Sérgio de Paula para o Tribunal de Contas do Estado, onde desfrutará de salários módicos na casa dos R$ 100 mil mensais, foi justamente para afastá-lo do processo eleitoral que se avizinha e, dessa forma, poder conduzir pessoalmente as tratativas com os aliados do governo. Vai vendo!
Engenharia Murilista
A mais nova dos puxa-saco e fofoqueiros do vice-governador Murilo Zauith (União Brasil): que ele (Murilo) não aceitou ser vice na chapa de Rose Modesto e nem aceitou assumir interinamente o governo do Estado na licença de Reinaldo Azambuja, porque o Superior Tribunal de Justiça (STJ) teria pautado para o dia 25 de agosto a decisão sobre o afastamento do governador em razão da inquérito que investigou o pagamento de propina pela JBS a agentes políticos de Mato Grosso do Sul. Segundo a turma do Murilo, ministra Maria Isabel Gallotti, relatora do inquérito, não quis decidir monocraticamente o pedido de afastamento feito pela Procuradoria-Geral da República e pautou a decisão para a turma, que terá a missão de definir pelo recebimento da Ação Penal e, também, enfrentar os pedidos preliminares da PGR.
Conversas de Padaria
Ainda de acordo com a trupe murilista, em fofocas espalhadas hoje pelas padarias de Dourados, o vice-governador estaria recebendo apoio de um pré-candidato ao governo do Estado, que tem forte atuação jurídica, na empreitada junto ao Superior Tribunal de Justiça para fazer a coisa andar. Como viagem pouca é bobagem, os puxa-saco de plantão garantem que no poder, Murilo Zauith iria trabalhar para colocar Rose Modesto, a candidata do União Brasil, no segundo turno contra André Puccinelli (MDB), deixando pelo caminho Eduardo Riedel e os demais.
Filmeco Repetido
Essa estratégia dos murilistas de plantão já foi levada a efeito no final do ano 2020 e deu no que deu: rompimento do governador Reinaldo Azambuja com seu vice; demissão de todos os bocas-moles que mamavam nas tetas da Secretaria de Estado de Infraestrutura; isolamento político do vice-governador e, de sobra, chacotas com a engenharia que não se confirmou, já que Reinaldo Azambuja segue até hoje no cargo. Mas a turma da padaria jura que agora vai e coloca o dia 25 de agosto como o ponto final para essa novela mexicana. Certamente, o governador deverá rir, mais uma vez, desse povo que acha que mandato, ainda que de apenas 5 meses, se conquista no tapetão jurídico e não nas urnas. Vai vendo!!!
Procura-se um Vice
O staff de Rose Modesto deve ter sido seduzido pelo canto da sereia entonado pelo time do Murilo, já que passou a acreditar que o atual vice-governador não será mais vice da deputada na disputa pelo governo do Estado. O resultado disso é que o pessoal da campanha saiu em disparada em busca de um nome de Dourados para ocupar o cargo de vice e nem precisa ser do aliado Podemos, uma vez que Sérgio Murilo, presidente da Executiva Estadual da sigla, aceitou ser primeiro-suplente de Luiz Henrique Mandetta (União Brasil) na disputa pelo Senado Federal e liberou a chapa-pura.
Seduzindo o Vice
Com Murilo fora do páreo, o União Brasil passou a focar no médico Dr. Guto (Podemos) como o nome perfeito para ser vice de Rose Modesto. O jovem vice-prefeito de Dourados até ficou lisonjeado com o convite feito pela própria pré-candidata e recebeu, inclusive, o apoio de Murilo Zauith, mas avisou que levará adiante o projeto de disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados. Na visão do Dr. Guto não seria honesto ele ter construído o arco de apoio que construiu em dezenas de municípios de Mato Grosso do Sul, ter firmado compromissos com apoiadores e com eleitores, para agora desistir da pré-candidatura. O vice-prefeito acredita que o Podemos tem uma chapa forte e poderá eleger um deputado federal direto e ainda brigar por uma segunda vaga na sobra partidária.
Vereador Descartado
Em meio à correria para encontrar um vice de Dourados, chegou-se a cogitar o nome do vereador Marcelo Mourão (Podemos), que é pré-candidato a deputado estadual numa chapa muito difícil de prosperar. Num primeiro momento o nome do douradense até agradou, mas gente poderosa de Campo Grande barrou a indicação e apresentou 80 mil motivos para isso. Diz a lenda, que para seguir no projeto de ajudar na candidatura de Rose Modesto, na aliança com o União Brasil, o vereador Marcelo Mourão teria fechado as portas ao fazer exigências que não foram consideradas republicanas. Espia só!
Historinhas de Contar
O Capitão Contar (PRTB), pré-candidato ao governo do Estado, está contando uma historinha diferente para cada aliado. Para um o Contar conta que vai mesmo disputar a sucessão de Reinaldo Azambuja. Para outro o Contar conta que não tem recursos para uma campanha de governador e, por isso, tentará um novo mandato na Assembleia Legislativa. Para alguns o Contar conta que recebeu uma missão do colega de patente, Capitão Jair Bolsonaro, e será primeiro-suplente da deputada federal Tereza Cristina (PP) na disputa pelo Senado Federal. Para tantos outros o Contar conta que sendo primeiro-suplente teria chance de ser senador porque Tereza Cristina voltaria para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Esse Contar conta cada uma!!!