Candidato agrada à direita argentina pela defesa de suas pautas conservadoras.
Em agosto deste ano, durante as eleições primárias da Argentina, Javier Milei, do partido La Libertad Avanza, foi o mais votado, com 30,02% dos votos válidos. O número foi surpreendente para quem só precisava obter 1,5%, já que sua coligação não tinha outro candidato.
O economista começou a ganhar notoriedade ainda na juventude, como jogador de futebol e por fazer parte de uma banda em tributo aos Rolling Stones.
Nascido em 22 de outubro de 1970 no bairro de Palermo, em Buenos Aires, ele não gozou de boa relação com os pais e teve na irmã, Karina Milei, o apoio para avançar na vida. O político afirma que ela é a pessoa que melhor o conhece e revela que se eleito, Karina ficará com o papel de primeira-dama.
De acordo com o jornalista Juan Luis González, um dos pesquisadores da biografia não autorizada de Milei, cujo nome da obra é El Loco, o economista estudou no Colégio Cardenal Copello, em Villa Devoto, e teve sua passagem pela instituição marcada por bullying. Um menino tímido, calado, sofria por parte de seus colegas toda a sorte de piadas.
POLÍTICA
A partir de 2018, Milei começou a ser notado pelos principais veículos de comunicação argentinos, com a disseminação de seu discurso “liberal libertário”, como ele mesmo intitulou.
Ele conquistou notoriedade nacional mesmo em 2020, quando se lançou candidato à Presidência do país nas eleições de 2023. Suas principais ideias são dolarizar a economia argentina em fases, reduzir as despesas estatais e privatizar empresas públicas.
Milei entende que extinguindo as verbas trabalhistas rescisórias, será menos onerosa a contratação, o que ajudaria a combater o desemprego. E na área de segurança pública, tornar acessível o porte de armas aos cidadãos e militarizar as prisões.
BOLSONARO
O político da direita argentina conta com o apoio de Jair Bolsonaro (PL), que enviou uma mensagem de apoio a Milei na última terça-feira (17).
– Olá, Javier Milei. Feliz em receber seu livro. Nós, realmente, sabemos o que é melhor para os nossos países. Não podemos continuar com a esquerda. É um apelo que eu faço a todos os argentinos: vamos mudar, e mudar para valer, com Milei. Compromisso meu, hein?! Vou para a tua posse – disse o líder conservador brasileiro.
Quanto a Bolsonaro, o argentino fez uma síntese de sua visão sobre a realidade política brasileira.
– Bolsonaro travou uma luta digna contra o socialismo. Depois, a urna não foi com ele, mas é uma pessoa que travou uma luta digna de reconhecimento – observou.
LULA
O presidenciável argentino já teceu duras críticas ao presidente Lula (PT), como “socialista com vocação totalitária”, e disse que o petista comete “aberrações” em seu governo, e que não poderia apoiar tais assuntos. O economista declarou que a gestão de Lula está “usurpando a liberdade de imprensa” e “perseguindo a oposição”, portanto, trata-se de “um regime que não está de acordo com as ideias de liberdade”.
Ele classificou o Mercosul como um “fracasso comercial”.
Quanto à China, ele disse que se eleito não gostaria de lidar “com comunistas, porque esse não é um sistema que conduz à melhoria dos bens”.
– Nenhum sistema comunista conduz à liberdade. Na verdade, destrói-a, por isso, não posso ter relações com comunistas.