Diz a lenda que o ano de 2021 ainda não havia chegado ao fim quando o então prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), o Prefeito Facebook, teria mandado avisar ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB) que não iria honrar o acordo firma nas eleições municipais de 2020 e que renunciaria ao mandato na Capital para disputar a eleição para governo do Estado. A ideia do Prefeito Facebook na época era encontrar uma saída negociada para a tal candidatura, esperando uma oferta para não se lançar na disputa pela sucessão de Reinaldo Azambuja, mas como cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça o pessoal achou melhor não abrir qualquer negociação com os Trad, useiros e vezeiros em não honrar compromissos políticos e habituados a dar calotes na hora que recebem a fatura de cada eleição. Como o grupo de Reinaldo Azambuja havia decidido não atender o pedido do Prefeito Facebook para desistir de disputar o governo do Estado, a solução encontrada foi desidratar Marquinhos Trad em Campo Grande, seu principal reduto eleitoral e que poderia, em tese, lhe garantir a eleição independente do desempenho dos outros candidatos no interior de Mato Grosso do Sul. Os gênios da política então entraram em cena: decidiram lançar vários nomes fortes em Campo Grande para dividir os votos e, com isso, impedir que o Prefeito Facebook fosse para o segundo turno. Foi nessa época que incentivaram a candidatura da deputada federal Rose Modesto (União Brasil), do ex-governador José Orcírio, o Zeca (PT) e do ex-governador André Puccinelli (MDB), que juntos com o candidato da situação, o ex-secretário de Estado de Infraestrutura Eduardo Riedel (PSDB), iriam patrolar Marquinhos Trad. O gênio da lâmpada até que teve um lampejo de genialidade ao lançar tal ideia mágica, só não contava com duas possibilidades: 1 – o crescimento da pré-candidatura da outrora aliada Rose Modesto. 2 – o desempenho animador da pré-candidatura do ex-governador André Puccinelli. Agora, além de ter que vencer o Prefeito Facebook, o candidato oficial terá que superar também Rose e Puccinelli, missão que não parece nada fácil nem mesmo com o apoio de mais de 70 prefeitos e de algumas centenas de vereadores que foram seduzidos a abraçar a candidatura de Eduardo Riedel. O italiano estava sossegado lá no canto dele, mas acabou empolgado com a possibilidade de disputar mais uma eleição majoritária e agora por onde quer que passe ele jura que estará no segundo turno em Mato Grosso do Sul. Pesquisas internas realizadas pelos mais diferentes partidos já apontam a liderança de André Puccinelli em Campo Grande, a frente de Marquinhos Trad, que está desidratando de fato. Resta saber se Puccinelli lidera na Capital porque cresceu na intenção de voto do eleitorado ou se lidera porque o Prefeito Facebook caiu na intenção de voto. De qualquer forma, o pessoal da pré-campanha do italiano está pra lá de empolgado e já é possível ver um monte de veículos adesivados com a frase: O André Puccinelli resolve! Vai vendo!
Criador e Criatura
Quem entende do riscado garante que Reinaldo Azambuja e André Puccinelli sempre se trataram com o maior respeito um pelo outro e que partiu do próprio governador a ideia de incentivar a candidatura do italiano para tirar votos de Marquinhos Trad em Campo Grande. Até agora a engenharia se mostrou eficaz, mas resta saber como ficará daqui para frente caso André Puccinelli continue com desempenho satisfatório nas pesquisas e, sobretudo, se começar a crescer também no interior de Mato Grosso do Sul. O fato é que o povo do André já comemora a possibilidade de um segundo turno contra Rose Modesto ou Eduardo Riedel.
Marquinhos Descartado
A leitura que muitos fazem no atual cenário é que Marquinhos Trad sofrerá um desgaste ainda maior em Campo Grande até as convenções partidárias julho. Como não tem densidade eleitoral no interior de Mato Grosso do Sul e tem encontrado dificuldades para formar grupo nos principais colégios eleitorais, o Prefeito Facebook não conseguirá votos suficientes para chegar ao segundo turno. Neste caso, a disputa ficaria mesmo entre André Puccinelli, Rose Modesto e Eduardo Riedel. O folclórico Wanderley Cabeludo, pré-candidato a deputado estadual pelo MDB, aposta a cabeleira que uma das vagas no segundo turno será de Puccinelli. Quem viver, verá!
Rabo de Cavalo Arteiro
Olha essa: a mãe de Edison Cassuci Ferreira (PDT), o Edinho Cassuci, que disputa a Prefeitura de Angélica numa eleição suplementar, é funcionária fantasma no gabinete do deputado federal Dagoberto Rabo de Cavalo Nogueira. Dona Helena Cassuci Ferreira, que nunca foi no gabinete do deputado, em Brasília, e garante o sustento vendendo produtos da Avon, está nomeada com o código SP-11 que garante um salário mensal de R$ 5.083,18, além de auxílios, que em abril somaram outros R$ 982,29 ao vencimento. Desde o dia 2 de agosto de 2021, quando foi nomeada, a mãe do candidato a prefeito já embolsou mais de R$ 45 mil sem precisar pisar em Brasília. Vai vendo!
Rabo de Cavalo Fantasma
Pelo jeito, o deputado federal Dagoberto Rabo de Cavalo Nogueira, gosta de nomear quem não tem como dar expediente, já que o parlamentar não tem escritório político em Angélica. O jovem Arlan Vergílio Cassuci, filho do ex-prefeito ficha suja João Donizete Cassuci, também esteve pendurado no mandato de Dagoberto. Ele ocupou o cargo de assessor parlamentar entre 4 de março de 2019 e 12 de agosto de 2020, também com o código SP-11 e o mesmo valor mensal de R$ 5.083,18, embolsando R$ 86.411,00 somente em salários. Vai vendo!
Eleitorado Jovem
Os adolescentes brasileiros atenderam o chamado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e as mobilizações promovidas por artistas nacionais e internacionais, entre eles o ator Leonardo Di Caprio, e se cadastraram em massa para votar nas eleições gerais deste ano. Somente entre janeiro e abril deste ano, exatos 2.042.817 de jovens com idade entre 16 e 18 anos procuraram a Justiça Eleitoral para tirar o primeiro título e ficarem aptos para o voto nas eleições que acontecem no dia 2 de outubro. Como costuma dizer o repórter-cinematográfico Serginho Quinhones, que empresta todo seu talento à RIT Dourados: “o molho engrossou”.
Juventude Politizada
Alguns números chamam a atenção nesse universo de 2.042.817 novos eleitores com idade entre 16 e 18 anos: na comparação com primeiro quadrimestre de 2018, o volume de eleitores com menos de 18 anos aumentou 47,2% e na comparação com o mesmo período de 2014, o aumento foi de 57,4%. Somente em março deste ano, o Brasil ganhou 522.471 novos eleitores com idade entre 16 e 18 anos, enquanto no mês de abril foram 991.415 cadastros de jovens em busca do primeiro título de eleitor. É mole? A dúvida agora é saber para que lado essa juventude penderá na hora de teclar o número na urna eletrônica e apertar o confirma.
Eleitorado Nacional
O fato é que as eleições de 2022 ainda estão cerca de 200 dias distantes, mas já mobiliza o eleitorado nacional. Somente nos últimos 31 dias o Tribunal Superior Eleitoral registrou 8.951.527 pedidos de inscrição de eleitores, transferência ou regularização de títulos eleitorais, sendo 4.557.342 de forma presencial nos Cartórios Eleitorais pelo sistema Elo e outras 4.394.185 solicitações feitas de forma virtual pelo Título Net. Contudo, é preciso enfatizar que tão importante quanto estar apto para o voto será o comparecimento nas urnas no dia 2 de outubro para, quem sabe, derrubar o gigantesco percentual de abstenção que tem marcado as eleições nacionais.