O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso do Sul indeferiu hoje, por unanimidade, a candidatura do empresário Carlos Bernardo (MDB) para deputado federal. Os desembargadores eleitorais entenderam que o brasileiro, que é radicado no Paraguai onde é proprietário da UCP, uma universidade especializada em faculdade de Medicina com quase 12 mil alunos matriculados, não se filiou dentro do prazo legal para concorrer às eleições de 2022. O empresário vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar reverter a decisão do TRE-MS, mas o fato é que ele está fora da disputa, não poderá fazer campanha eleitoral e nem receber recursos do Fundo de Financiamento Eleitoral, o Fundão.
Carlos Bernardo estava investindo pesado na candidatura e chegou a contratar um verdadeiro batalhão de cabos eleitorais em todo Mato Grosso do Sul, além de contratar lideranças políticas para trabalhar na campanha dele. Em Dourados, o empresário havia firmado parceria com a vereadora Lia Nogueira (PSDB), que estava recebendo aporte financeiro para a sua campanha, pedindo votos para o empresário. Com a decisão do TRE-MS, a vereadora verá morrer sua galinha dos ovos de ouro.
Carlos Bernardo afirma que a decisão do TRE-MS não levou em consideração o fato dele ter se filiado ao partido de André Puccinelli dentro do prazo legal. Ele alega que se filiou, mas o MDB não informou ao Tribunal Regional Eleitoral a filiação através do sistema Divulga-Cand, o que teria gerado a nulidade absoluta e inviabilizado o registro da candidatura.
Nos bastidores da política, a informação é que o ex-senador Waldemir Moka, que concorre ao cargo de deputado federal pelo MDB, teria se sentido ameaçado pela candidatura de Carlos Bernardo e trabalhado junto ao TRE para barrar o registro do empresário. A leitura de Moka é que o Bernardo seria o mais votado na chapa do MDB e ficaria com a vaga direta de deputado federal, por isso a manobra para tirá-lo do páreo.