Deu ruim para o tal Gordinho do Bolsonaro. Eleito deputado federal com 103.111 votos e deixando para trás nomes como Beto Pereira (PSDB), que recebeu 97.872 votos; Geraldo Resende (PSDB), que conquistou 96.519 votos; e Vander Loubet (PT), com 76.571, o advogado Marcos Pollon ganhou carta branca do ex-presidente Jair Bolsonaro, do presidente nacional do Partido Liberal (PL), o ex-presidiário Valdemar Costa Neto, e até do general da reserva Walter Braga Netto (PL) para decidir as coligações e definir as candidaturas pelo partido em Mato Grosso do Sul. Depois de puxar o tapete do afilhado do empresário Hiran Garcette Filho, o Hiranzinho, e tomar o comando do Diretório Estadual do Partido Liberal, o deputado federal Marcos Pollon tem desautorizado acordos que o Gordinho tem feito com prefeitos em municípios estratégicos de Mato Grosso do Sul com vista às eleições municipais de 2024. Pollon já mandou avisar que eventuais coligações ou composição de chapas pelos diretórios municipais terão que passar pelo crivo rigoroso da Executiva Estadual que não medirá esforços para deixar fora do PL aqueles que tenham ficha suja ou vida pregressa maculada, ou seja, somente nomes avaliados e aprovados poderão se candidatar pela legenda de Jair Bolsonaro em 2024. Nunca é demais lembrar que Rodolfo Nogueira recebeu 41.773 votos em 2022 e só foi eleito deputado federal graças a votação recebida pelo hoje comandante do PL em Mato Grosso do Sul.
Carona com General
Coube ao deputado Marcos Pollon o papel de ciceronear o general Braga Netto na chegada à Campo Grande. Atual secretário nacional de relações institucionais do Partido Liberal, o general aterrissou na capital do Estado com a missão de oxigenar a legenda no momento em que forças da direita brigam para saber quem será o candidato do grupo à Prefeitura de Campo Grande. Nomes não faltam dentro do próprio PL, como o deputado estadual Coronel David e o próprio Marcos Pollon, mas outras lideranças estão na corrida e podem complicar a ideia de candidatura única da direita.
Candidatos da Direita
Além de Pollon e Coronel David, a atual prefeita Adriane Lopes, também se alvora como candidata da direita depois de trocar o Patriotas (que de direita não tem nada) pelo Partido Progressista (PP) que tenta se firmar como legenda conservadora. Outro nome com DNA de direita é o ex-deputado Capitão Contar, que ainda está filiado ao PRTB e só não foi eleito governador de Mato Grosso do Sul em 2022 porque conseguiu perder a eleição para ele mesmo! Se tivesse um tiquinho mais de neurônios, o Capitão Contar estaria comandando o Parque dos Poderes hoje.
Potencial da Direita
O fato é que uma eventual filiação do Capitão Contar ao Partido Liberal mudaria o cenário na disputa pela Prefeitura de Campo Grande. O potencial eleitoral do ex-deputado não pode ser desprezado e deve ser medido, sobretudo, pelo que ocorreu no primeiro turno das eleições para o governo do Estado em 2022, quando o Capitão Contar entrou numa disputa pelo nanico PRTB, com recursos financeiros limitados, e ficou em primeiro lugar com 384.275 votos, deixando Eduardo Riedel para trás com 361.98. Ambos foram para o segundo turno e o resultado já sabemos.
Direita Douradense
Tal qual em Campo Grande, em Dourados a direita também está medindo forças. Uma hora o tal Gordinho fala que vai entrar na disputa pela Prefeitura de Dourados, na outra hora está sentado no colo do prefeito Alan Guedes, que, diga-se de passagem, é filiado ao PP, legenda tida como de direita pelo general Braga Netto e por parte dos eleitores conservadores de Mato Grosso do Sul, tanto que Tereza Cristina Corrêa da Costa, ex-ministra de Bolsonaro, foi eleita senadora pelo PP sem fazer muito esforço.
Cenário Douradense
Na eleição de 2020, o atual prefeito Alan Guedes foi eleito com 34.242 votos, deixando o deputado estadual José Carlos Barbosinha em segundo lugar com 31.650 votos. A questão é: desses quase 60 mil votos depositados em Alan e Barbosinha, quantos foram de eleitores da direita, ou seja, que já estavam encantados com o governo de Jair Bolsonaro? O fato é que o farmacêutico Racib Harb, que concorreu pelo Republicanos, saiu das urnas em 2020 com 11.410 votos, enquanto o empresário Mauro Thronicke, que concorreu pelo PSL, conquistou impressionantes 10.496.
Votação na Direita
Se parar para pensar é fácil concluir que a direita raiz representada pelas candidaturas de Racib Harb e Mauro Thronicke receberam juntas quase 22 mil votos em 2022, ano em que o candidato do Partido dos Trabalhadores, o Professor João Carlos Joca saiu das urnas com singelos 9.662 votos. A força da direita em Dourados pode ser medida, por exemplo, pela votação que o próprio Capitão Contar conquistou no município no primeiro turno das eleições municipais, ficando em primeiro lugar na preferência dos eleitores e deixando para trás campanhas com muito mais poder de fogo.
Outras Candidaturas
Se a direita conservadora ainda não sabe que rumo vai tomar em Dourados, os principais nomes de centro e centro-direita também andam perdidos. Enquanto o PSDB ainda discute para definir quem vai liderar a candidatura própria do partido à sucessão de Alan Guedes, pré-candidatos como o vice-governador José Carlos Barbosinha, ainda filiado ao PP, e o ex-deputado Marçal Filho, também ainda filiado ao PP, analisam propostas para filiação partidária. O vice-governador teria, inclusive, recebido convite para se filiar ao PL, de Marcos Pollon, para ser o nome da direita em Dourados. Vai saber!
Candidatura de Marçal
Já o líder absoluto nas pesquisas de intenção de voto, Marçal Filho, também estuda convites de lideranças para filiação, inclusive do PSDB, MDB, PDT, Podemos, União Brasil e PSD. A coluna já antecipou que Marçal Filho é o nome preferido pelo ex-prefeito Murilo Zauith para liderar a chapa encabeçada pelo União Brasil na disputa pela Prefeitura de Dourados, mas também já teria recebido convite do deputado estadual Renato Câmara para ser o nome do MDB na disputa pela Prefeitura de Dourados.