A avaliação feita pela polícia é de que faltaram elementos concretos para justificar um incremento amplo de apoio ao candidato petista.
A Polícia Federal não viu elementos para incrementar de imediato e de forma ampla a segurança do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e solicitou ao time responsável pela segurança do petista que especifique riscos antes pedir por reforços.
A equipe da PF designada para acompanhar o ex-presidente enviou, no início deste mês, um ofício às superintendências da PF pedindo apoio e citando uma relação de “adversidades” enfrentadas para a proteção do petista na eleição.
No documento, o time da PF que acompanha Lula falava em “opositores radicalizados e acesso a armas de letalidade ampliada” após mudanças na legislação promovida nos últimos anos. O ofício foi revelado pela Folha de S. Paulo e confirmado pela CNN.
Integrantes da coordenação de segurança dos presidenciáveis da PF se reuniram com os agentes encarregados da escolta do petista após a distribuição do documento. A avaliação é que faltaram elementos concretos para justificar um incremento amplo de apoio. O pedido, dizem policiais federais da cúpula da PF, tem de apontar um evento específico e a ameaça. Não pode ser genérico.
Além disso, a forma como a solicitação foi feita, com o encaminhamento direto aos superintendentes, causou surpresa e mal-estar na corporação. A comunicação e o eventual pedido de reforços é feita ao delegado regional a partir da análise de um evento ou do deslocamento do candidato em cada área.
A simples chegada de um presidenciável a uma região não justifica o emprego de todos os meios da PF – ainda que ele tenha uma candidatura que exija grau máximo de atenção da PF, caso de Lula. A depender do tipo de encontro político, é que será avaliada a necessidade, por exemplo, envio de grupos táticos, antibombas, atiradores de elite.
Isso não significa que a segurança de Lula não tenha de ser incrementada em nenhum momento ao longo da campanha. A avaliação será feita diariamente a partir de agora, indicam fontes da PF. Esse diagnóstico pode elevar o grau de perigo ao qual a candidatura de Lula está exposta e levar ao emprego de mais reforços. Tudo dependerá da chegada de ameaças e da configuração dos eventos programados na campanha.