Questões contra o agronegócio foram criticas pelos parlamentares.
A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados ouviu nesta quarta-feira (8) o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios, que deu explicações sobre as questões polêmicas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2023.
Deputados da oposição fizeram questionamentos sobre a prova por causa do teor ideológico, principalmente em questões que abordaram de forma negativa o agronegócio brasileiro.
O deputado Sargento Gonçalves (PL-RN) criticou o elaborador da questão por ter mencionando, por exemplo, a “superexploração” dos trabalhadores e as “chuvas de veneno” (em referência ao uso de agrotóxicos).
– Com propósito puramente ideológico, ele impõe ao candidato daquele certame ou que pense igual a ele, que elaborou a prova, ou perca aquela questão – pontuou o parlamentar.
O deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) também comentou a mesma questão. Uma das três que a Bancada do Agronegócio pretende que o INEP anule.
– É isto que está no Enem: que o agronegócio mata. Isso é absurdo. Não existe chuva de veneno em lugar nenhum no mundo. Isso é guerra ideológica, não é agronegócio. A sua obrigação é anular essa questão – cobrou Bilynskyj.
A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) acredita que a prova trata de maneira pejorativa o agronegócio, que tem relevante papel no PIB do Brasil. Segundo ela, “as provas têm muitas distorções, têm um viés ideológico absurdo”.
Em sua defesa, o presidente do Inep afirmou que a seleção de autores citados na prova aconteceu em 2020, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). E que todos os que trabalham na elaboração do Enem respondem aos critérios técnicos solicitados.
– Nós estamos falando de professores que foram selecionados em 2020 e que estão exercendo essa atividade até hoje. Se há algum tipo de seleção enviesada, ela vem sendo enviesada há muito tempo. Na verdade, não há nada além da seleção pública de profissionais da educação por meio de critérios objetivos de currículo – afirmou Palácios.
O deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM) defendeu um novo edital, para convocar novos elaboradores para a prova. Ele considera que os atuais querem difundir a “ideologia marxista, comunista, contra a família brasileira e contra o agronegócio”. As informações são da Agência Câmara.