Uma portaria do MEC autorizou o funcionamento da Faculdade Germinare por quatro anos.
Na edição do Diário Oficial da União (DOU) de 11 de abril, o Ministério da Educação (MEC) publicou uma portaria que credencia uma instituição de ensino superior mantida pelo Instituto J&F, propriedade dos empresários Joesley e Wesley Batista, envolvidos em acusações de corrupção, algumas relacionadas aos governos do PT ao longo da última década.
O funcionamento da Faculdade Germinare, localizada no bairro Parque Anhanguera, na Zona Oeste de São Paulo, foi autorizado pelo ministro Camilo Santana por meio de uma portaria do MEC, com validade de quatro anos. A instituição oferecerá cursos superiores na modalidade a distância e já atuava com cursos voltados para os ensinos fundamental e médio sob o nome de Instituto J&F.
O Instituto J&F protocolou o pedido de transformação em instituição de ensino superior junto ao MEC em outubro de 2021, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Contudo, somente no governo atual de Lula (PT) é que a faculdade recebeu a autorização para iniciar suas atividades.
A autorização para funcionamento da faculdade ligada aos irmãos Batista aconteceu justamente na véspera da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à fábrica da JBS, que tem Joesley e Wesley como conselheiros, em Mato Grosso do Sul. Ao discursar no local na última sexta-feira (12), o petista chegou a elogiar os dois.
– Eu vou cumprimentar o Joesley, o Wesley, que são os herdeiros dele [José Batista Sobrinho, fundador da JBS] e os responsáveis por que essa empresa se transformasse na maior empresa produtora de proteína animal do mundo – disse Lula.
Os irmãos Batista ficaram conhecidos após serem citados em investigações da Operação Lava Jato por suposto recebimento de propina de lideranças petistas, emedebistas e tucanas durante cerca de dez anos. A empresa registrou crescimento recorde durante as gestões petistas, entre 2003 e 2016, período em que a sigla teria operacionalizado um esquema de pagamento de propinas.
Fotos: Agência Senado/Edilson Rodrigues/Agência Senado/Waldemir Barreto.