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Mercado de biocombustíveis deve crescer cinco vezes mais até 2050

por Alexandro Zinho
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Demanda deve crescer de maneira progressiva especialmente nos Estados Unidos e na União Europeia, diz estudo.

O mercado de biocombustíveis deverá crescer cinco vezes até a metade deste século, impulsionado pelo consumo de diesel renovável e de combustível renovável de aviação (SAF, na sigla em inglês), segundo estudo recente da consultoria Bain & Company.

A demanda deve crescer de maneira progressiva especialmente nos Estados Unidos e na União Europeia, que já têm regras que incentivam a produção de biocombustíveis.

A Bain prevê que, até 2030, a capacidade de produção de biocombustíveis pode alcançar um volume pelo menos seis vezes maior que o atual. A demanda global de biocombustíveis, por sua vez, deve crescer entre 3% e 6% por ano até 2050, com potencial de, no fim desse período, ser cinco vezes superior aos níveis atuais.

A estimativa tem como base o número crescente de novos projetos — no relatório, a consultoria listou mais de 120, sendo alguns deles fruto de parcerias operacionais entre empresas.

O mercado brasileiro terá papel relevante na expansão internacional dessa indústria: Brasil, Estados Unidos e países do Sudeste Asiático fornecerão cerca de 50% do volume total de insumos para biocombustíveis, de acordo com o estudo.

“O Brasil tem vantagens significativas para se consolidar como um líder global no setor. A abundância de terras agricultáveis, a alta produtividade do agronegócio e a extensa infraestrutura de distribuição constituem fatores-chave que impulsionam o potencial brasileiro”, diz o estudo. Segundo o texto, as terras degradadas podem ser usadas para culturas com alto potencial energético como macaúba, palma e mamona, entre outros.

O sucesso na produção de biocombustíveis depende de uma combinação de acesso a matéria prima abundante, de baixo custo e de baixa pegada de carbono, o que o Brasil poderá ter, realça a Bain.

Por outro lado, a consultoria alerta para o risco – que outros países também enfrentam – de limitações no fornecimento de matéria-prima no médio prazo, o que pode pressionar os preços globalmente. Cerca de 80% do suprimento para produção de biocombustíveis vem hoje de matérias-primas de primeira geração, como soja e cana-de-açúcar.

Outro risco é a competição da produção de biocombustíveis com a produção de alimentos, que terá demanda crescente e na qual o Brasil também deverá exercer um papel global, diz.

“Espera-se que EUA, União Europeia e outras nações desenvolvidas aumentem suas importações de matéria-prima de biocombustíveis, enquanto Brasil, países do Sudeste Asiático e África devem ampliar sua relevância como exportadores”, aponta o relatório.

A expectativa é de que Estados Unidos e União Europeia devem permanecer com escassez líquida até 2050, enquanto o resto do mundo desempenha um papel crítico na redução das restrições à oferta global.

As políticas governamentais e mudanças de regulação devem ser vitais tanto para incentivar o uso de matérias-primas de segunda geração, incluindo resíduos, culturas de rotação e cultivos energéticos em áreas degradadas, quanto na redução de custos de produção por meio de instrumentos como incentivos fiscais, créditos, taxação ao carbono e reserva de mercado.

Fonte: Grupo Idea

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