As vendas externas totalizaram US$ 1,278 bilhão, com a China e os Estados Unidos se destacando como os principais compradores.
Em 2024, Mato Grosso do Sul atingiu uma conquista relevante ao registrar um aumento de 33,73% na receita das exportações de carne bovina em relação a 2023. De acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o faturamento passou de US$ 956,236 milhões para notáveis US$ 1,278 bilhão. No que diz respeito ao volume, houve uma evolução significativa de 33,40%, saltando de 211,530 mil toneladas para 282,265 mil toneladas exportadas.
Esse crescimento nas exportações deve-se a uma combinação de fatores, como a abertura de novos mercados, a diversificação dos produtos e um aumento expressivo na demanda proveniente de tradicionais parceiros comerciais como China e Estados Unidos.
China: o motor das exportações sul-mato-grossenses
A China manteve sua posição como o principal consumidor da carne bovina do estado, respondendo por 24,17% do total das exportações em 2024. O país asiático aumentou suas compras em 25,12% em termos financeiros (de US$ 247,007 milhões para US$ 309,093 milhões) e em volume cresceu em 30,96% (de 50,444 mil toneladas para 66,068 mil toneladas).
Além de carne congelada desossada, principal item exportado, a China ampliou suas compras ao incluir carnes frescas, refrigeradas e outros subprodutos bovinos que não constavam na pauta de exportação em 2023. Essa diversificação foi fundamental para o aumento do faturamento e consolida a posição de Mato Grosso do Sul como um fornecedor estratégico para o país.
Estados Unidos: crescimento exponencial
Outro destaque foi o crescimento das exportações para os Estados Unidos, que ampliaram em 53,35% sua contribuição para a receita sul-mato-grossense (de US$ 153,559 milhões para US$ 235,487 milhões). Em termos de volume, o aumento foi de 45,84%, totalizando 49,571 mil toneladas exportadas em 2024.
Os Estados Unidos são agora o segundo maior comprador da carne bovina de Mato Grosso do Sul, representando 18,41% das exportações do estado. Essa expansão está atrelada a uma maior aceitação de carne refrigerada e um ambiente econômico favorável para o comércio entre os dois países.
Diversificação de mercados
Ao longo de 2024, Mato Grosso do Sul exportou carne bovina para 15 países, além da China e dos Estados Unidos. Destinos como o Chile, México, Turquia e Emirados Árabes Unidos também se destacaram. A diversificação geográfica ajuda a mitigar riscos e amplia as oportunidades para os produtores locais, consolidando o estado como um protagonista no mercado global de carne bovina.
Cerca de 65,02% da receita total das exportações foi gerada pela carne desossada e congelada, que somou US$ 831,437 milhões. Outros 30,4% (US$ 389,196 milhões) vieram da carne fresca ou refrigerada, reforçando a importância de produtos de alto valor agregado na pauta de exportações do estado.
Fatores por trás do crescimento
O aumento nas exportações de carne bovina pode ser atribuído a uma série de fatores. Primeiro, a recuperação econômica pós-pandemia em mercados consumidores impulsionou a demanda global por proteínas. Além disso, investimentos em certificação sanitária e qualidade dos produtos garantiram a competitividade do estado frente a outros players no mercado global.
Adicionalmente, a inclusão de novos produtos na pauta de exportação foi determinante. Especialistas do setor apontam que “a diversificação e a agregação de valor são estratégias cruciais para alcançar mercados mais exigentes e garantir maior rentabilidade”, como defende o economista José Graziano da Silva, ex-diretor da FAO, em entrevistas recentes.
Impacto na economia local
O avanço nas exportações representa não apenas um marco para a balança comercial do estado, mas também impulsiona a economia regional, gerando empregos e fortalecendo a cadeia produtiva da pecuária. Mato Grosso do Sul tem demonstrado capacidade de adaptação às exigências do mercado global, consolidando-se como um dos líderes brasileiros no setor.
O desempenho de 2024 reflete não apenas a força do agronegócio sul-mato-grossense, mas também seu papel estratégico para o Brasil, cuja carne bovina é responsável por alimentar milhões ao redor do mundo. Essa conquista, no entanto, também traz à tona a necessidade de um equilíbrio sustentável entre produção, preservação ambiental e bem-estar animal, temas que devem continuar no centro das discussões para os próximos anos.