A bancada federal de Mato Grosso do Sul não é para amadores não. Na votação do Arcabouço Fiscal do governo federal na noite de ontem, o Deputado Gordinho do Bolsonaro votou a favor do projeto de interesse do governo federal e diante da repercussão negativa, talvez depois de ter levado um puxão de orelhas direto do hospital, já que o ex-chefe se internou para não depor na Polícia Federal amanhã, o Deputado Gordinho invadiu as mídias sociais hoje em foto posada com a seguinte legenda: votei contra o Arcabouço Fiscal do PT. A postagem do amiguinho do Hiran Garcette Filho não deu o resultado esperado, aí o digníssimo parlamentar decidiu se superar: distribuiu nota confessando que votou a favor, mas que foi induzido ao erro, porque na verdade queria votar contra e protocolou pedido para mudar o voto, o que não é permitido pelo Regimento Interno. Confira a postagem nas mídias sociais justificando o injustificável: “Quero esclarecer que o meu voto foi não na matéria votada no Arcabouço Fiscal, na Câmara. Tem (sic) várias entrevistas comprovando, inclusive dei várias entrevistas condenando (sic) Arcabouço Fiscal, ontem foi votado não o mérito do arcabouço e sim as emendas que o Senado introduziu na proposta que voltaram (sic) para Câmara. Ontem participei da agenda do General Braga Neto (sic), em Campo Grande para deliberações do partido PL no Estado, por esse motivo não estava presente no plenário (ausência justificada) e assessoria orientada pela liderança do partido, erroneamente me instruiu a votar sim em uma emenda do Senado, (sic) esse equívoco também ocorreu com as assessorias de 47 deputados federais (sic) entre eles General Girão, General Eduardo Pazuello, Paulo Bilynskyj, Bia Kicis, Mario Frias, Marcos Feliciano, Coronel Meira entre outros bolsonaristas de peso. Ontem mesmo protocolei a declaração escrita de voto (sic) votando não (sic) as emendas do arcabouço para corrigir meu voto, declaração que já foi recebida ontem mesmo pela secretaria da mesa (sic), quero deixar claro que não mudei (sic) opinião, sou contrário a proposta do arcabouço fiscal e meu voto sempre será não.
Explicação Necessária
O termo (sic) entre parênteses no texto escrito pelo Deputado Gordinho ou por algum assessor que fugiu o curso de Educação de Jovens e Adultos (EJA), é um Advérbio e significa: assim. (Palavra que, entre parênteses ou colchetes, se intercala numa citação ou se pospõe a esta para indicar que o texto original está reproduzido exatamente, por errado ou estranho que possa parecer.) Portanto, os atropelos à gramática e pontuação gráfica contidos na Nota de Esclarecimento são de exclusiva responsabilidade do Deputado Gordinho.
Contraponto do Gordinho
Ao mesmo tempo em que jura ter votado contra o projeto do governo federal, o Deputado Gordinho assevera: “e assessoria orientada pela liderança do partido, erroneamente me instruiu a votar sim em uma emenda do Senado”. Ora, se o dito cujo votou contra porque afirma que a liderança do PL erroneamente lhe instruiu a votar sim? Será que o digníssimo representante da tradição, pátria e família votou sem saber o que estava votando? O fato é que não se pode esperar muito de um parlamentar que, assim como o tal Tio Trutis, serve apenas para fazer número na bancada federal e será deputado de um mandato só, o que já é muito!
Arcabouço Aprovado
Mesmo negando o voto com o governo petista, o nome do Deputado Gordinho aparece entre aqueles que votaram pela aprovação do projeto enviado pelo presidente Lula: foram 372 votos a favor e 108 contra, com os favoráveis da bancada de Mato Grosso do Sul tendo sido identificados como Beto Pereira (PSDB), Dagoberto Nogueira (PSDB), Geraldo Resende (PSDB), Vander Loubet (PT) e Rodolfo Nogueira (PL). Votaram contra: Marcos Pollon (PL) e Luiz Ovando (PP). Ao final, com 444 votantes, o Arcabouço Fiscal do Lula foi aprovado com 379 favoráveis, contra 64 contrários.
Batom na Cueca
O Deputado Gordinho tem o direito de votar da forma como bem entender e tem, inclusive o benefício do erro. Fez confusão, votou a favor do Lula, descobriu o erro, ora o honesto seria reconhecer que foi cabaço e explicar porque errou. Agora ficar negando o batom na cueca é bisonhice. Para que não reste dúvida sobre com o Gordinho votou, segue o link oficial da Câmara dos Deputados. É só clicar e conferir: https://www.camara.leg.br/presenca-comissoes/votacao-portal?reuniao=69462&itemVotacao=11622
Ausência Petista
Tão surpreendente quanto o voto do Deputado Gordinho a favor do projeto petista foi a ausência da deputada federal Camila Jara (PT) na votação de uma matéria tão importante. Ainda que a tendência fosse de aprovação do Arcabouço Fiscal com certa folga, a deputada tinha o compromisso moral de votar com o governo. Até o fechamento da Malagueta, não havia qualquer comunicado sobre o motivo da falta dela ao trabalho! Aguardemos!
Liandra do Pedágio
Eleita com a bandeira da saúde e fazendo constar na urna o nome Liandra da Saúde, a vereadora douradense (que certamente curtirá apenas um mandato) já pode mudar o nome para Liandra do Pedágio. A combativa parlamentar distribuiu release ontem se insurgindo contra o aumento no valor do pedágio na BR-163 e exigiu que a CCR MS-Vias duplique os quase 900 quilômetros da rodovia que corta o Mato Grosso do Sul de Norte a Sul. A coluna apurou que a alta cúpula da CCR entrou em desespero quando viu o material da Liandra do Pedágio. Agora vai!
Padaria do Barulho
A Panificadora Pão Dourado está consolidada como a principal “Boca Maldita” de Dourados, tamanho o volume de políticos, politiqueiros, empresários, pré-candidatos, lideranças de classe e de bairro que se junta todas as manhãs para falar bem dos outros. O auge da fofocaiada, das especulações, das verdades e, sobretudo, das mentiras, acontece aos sábados, das 6h30 às 12h, quando as eminências pardas da política douradense aterrissam na Pão Dourado para as já tradicionais elocubrações sobre a vida alheia. Vai vendo!
Vereador Contraditório
O vereador Marcelo Mourão apresentou Projeto de Lei na Câmara Municipal de Dourados com o seguinte teor: os estabelecimentos comerciais especializados em produtos e serviços para animais de estimação são obrigados a instalar circuito interno de vídeo em suas dependências, de modo que captem a realização do serviço contratado durante todo o tempo em que o animal estiver naquele local. A pergunta que não quer calar é uma só: quando mantinha uma escola de rodeio em Dourados, escola essa que o projetou politicamente, o agora vereador se preocupou em instalar circuito interno para apurar se o sedém que fazia a montaria pular não estava judiando dos animais? Chama a Nasa! Chama a Nasa!