Entre um anônimo de passado nebuloso e um político com histórico de trabalho como professor universitário; prefeito; diretor-presidente da Sanesul; secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública; deputado estadual por dois mandatos e toda uma vida dedicada à coisa pública, o ex-secretário de Estado de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB) escolheu o segundo como vice na chapa que vai disputar o governo do Estado. O deputado estadual José Carlos Barbosinha (PP) foi o nome eleito para estar ao lado do tucano nessa corrida pela sucessão do governador Reinaldo Azambuja e caso tudo dê certo Dourados continuará com seu vice-governador a partir de 1º de janeiro de 2023. Para tanto, a dupla Riedel/Barbosinha terá que superar nas urnas neste primeiro turno os candidatos Rose/Schlatter e Marquinhos/Viviane, já que a dupla Puccinelli/Tânia deve mesmo seguir no camarote à espera do adversário para o segundo turno. Sem dinheiro para a campanha, sem projeto e sem apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado estadual Capitão Contar (PRTB) ficará pelo caminho e a partir de 2023 não verá mais o polpudo salário de deputado estadual, voltando assim ao mundo dos pobres mortais. Ainda que Tânia Garibe (MDB) não some nada em termos de voto à campanha de André Puccinelli (MDB), é pouco provável que o italiano que já governou o Mato Grosso do Sul por dois mandatos fique fora do segundo turno. No fundo, Puccinelli é o adversário dos sonhos daqueles que buscam chegar ao segundo turno já que teria um teto máximo de intenção de voto, não superando a casa dos 30% em nenhuma simulação. Por outro lado, Riedel está longe de ser o adversário dos sonhos de Puccinelli numa disputa direta, já que teria que enfrentar uma máquina azeitada, comandada por um dos governadores melhor avaliado no cenário nacional e não poderá contar com o apoio de prefeitos e vereadores que têm simpatia por ele, mas já firmaram compromisso com Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel. No cenário dos sonhos, o melhor adversário para Puccinelli é o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), mas é pouco provável que seu ex-secretário municipal de Assuntos Fundiários chegue ao segundo turno depois das denúncias que o transformaram num “pervertido sexual”, segundo a análise do vereador Marcos Tabosa (PDT) na tribuna da Câmara Municipal de Campo Grande. Numa disputa direta entre Puccinelli e Marquinhos, o italiano herdaria o interior e ainda pegaria um adversário fragilizado pelas aventuras sexuais e pelo inquérito policial que já reúne mais de uma dúzia de vítimas de assédio sexual pelo ex-prefeito. Nas casas de apostas, o que se fala é que esse seria o único cenário favorável ao ex-governador! Quem entende do riscado garante que numa disputa direta com Rose Modesto (União Brasil) num eventual segundo turno, Puccinelli não conseguiria a proeza de ser eleito governador pela terceira vez. O difícil será Rose Modesto chegar ao segundo turno a partir do momento que optou por um candidato a vice-governador lá de Chapadão do Sul em detrimento de um colégio eleitoral muito maior como o de Dourados e que tem decidido as últimas eleições para o governo. Vai vendo!
Vice de Rose Modesto
Caso o agricultor Alberto Schlatter (Podemos), o vice-governador escolhido pela candidata do União Brasil, consiga nos altos dos seus 82 anos convencer todos os eleitores de Chapadão a votar em Rose Modesto, a chapa ganharia cerca de 16 mil votos válidos, já que o total de eleitores do município é de 21.128. Apenas a título de comparação, Dourados tem 169.042 eleitores aptos ao voto nas eleições de 2022, mais de 8 vezes o total da terra do vice escolhido por Rose. O estranho é que a deputada federal tinha nomes de densidade eleitoral considerável em Dourados para compor a chapa majoritária, mas é muito provável que a densidade financeira de Alberto Schlatter tenha falado mais alto.
Vice de Marquinhos
Marquinhos Trad também teve a oportunidade de levar para a chapa um candidato a vice-governador de Dourados e diversos nomes foram apresentados ao David Copperfield do Pantanal, mas ele não quis nem saber de mágica e fui buscar uma vice em Aquidauana. Ainda que a escolha de uma mulher tenha sido exclusivamente para tentar vacinar a fama de assediador sexual, o fato é que Viviane Orro (PSD), esposa do deputado estadual Felipe Orro (PSD) terá peso quase zero na campanha de Marquinhos, sem exagero. A médica foi candidata a prefeita de Aquidauana em 2020, portanto há menos de dois anos, e veja o resultado das urnas: conquistou 5.036 votos, o correspondente a 20,59% do total, enquanto o adversário Odilon Ribeiro recebeu 17.939 votos, correspondente a 73,33%. Nem fazendo muita mágica, David Copperfield do Pantanal conseguirá voto explorando a imagem da vice.
Bispo sem Bispado
Estava tudo certo. O presidente da Executiva Estadual do Republicanos já havia telefonado no meio da tarde anunciando a boa nova, os irmãos já tinham erguido às mãos e dobrado os joelhos agradecendo a benção e tomando posse; a família já estava passando pensando no termo de uma eventual posse e até gente grossa do PSDB já havia telefonado para deputados em Dourados informando que o vice seria o auto-intitulado bispo Marcos Antonio Camargo Vitor, da Igreja Sara Nossa Terra em Dourados. A Malagueta chegou a pontuar diante da notícia: das duas uma, ou Riedel e a cúpula tucana têm convicção que a figura de vice é meramente decorativa ou algum gênio da lâmpada fez Riedel acreditar que o bispo sem bispado foi o responsável pela expressiva votação que o juiz Odilon de Oliveira recebeu em Dourados nas eleições de 2018.
Mudanças de Plano
Bastou uma noite de confabulações e levantamento de informações para a cúpula tucana mudar de ideia e convencer o deputado estadual José Carlos Barbosinha (PP) a aceitar ser o vice na chapa de Eduardo Riedel. O povo do PSDB entendeu que o bispo sem bispado não teve qualquer peso no desempenho do juiz Odilon nas eleições de 2018, quando o então pedetista venceu o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) no primeiro e no segundo turnos em Dourados, mesmo com o atual governador tendo escolhido Murilo Zauith como vice. O fato é que com a negativa dos nomes com densidade eleitoral e sem tempo para convencer alguém capaz de somar nas urnas havia restado à cúpula tucana pegar emprestado o vice que serviu ao juiz Odilon, mas como um soldado do partido o deputado Barbosinha surgiu para livrar Riedel de um desgaste desnecessário.
Candidatos Evangélicos
Antes de ser indicado como vice na chapa de Eduardo Riedel, o bispo Marcos Antonio Camargo Vitor vivia descendo a lenha nas candidaturas do próprio Riedel e de André Puccinelli e sempre defendia os nomes de Rose Modesto e Marquinhos Trad para o governo do Estado. O motivo: tanto Rose quanto Marquinhos se apresentam como candidatos evangélicos, a ponto do ex-prefeito de Campo Grande ter alegado no dia da renúncia ao cargo que “havia recebido um chamado de Deus e que tinha sido ungido para governar o Mato Grosso do Sul”. Faltou apenas combinar com as vítimas do assédio sexual que bateram às portas da polícia para denunciar o “ungido”.
Candidatura de Maisa
Depois de desistir de ser vice na chapa de Rose Modesto e praticamente aposentar a carreira política, o vice-governador Murilo Zauith (União Brasil) decidiu que não fará qualquer movimento na campanha eleitoral deste ano. De cara já abandonou a candidatura a deputado estadual da empresária Maisa Uemura (União Brasil), que estava contando com o apoio (inclusive financeiro) de Murilo para chegar à Assembleia Legislativa. Por falar nisso, mais animado que a própria Maisa Uemura com a candidatura de deputado está o maridão da empresária, que não vê a hora do recurso eleitoral começar a pingar na conta de campanha. A questão é: Maisa Uemura já não tinha o apoio da família nessa aventura polítca-eleitoral e agora sem apoio de Murilo Zauith será que ela segue no páreo? Vai vendo!!!