Declaração foi uma resposta às conjecturas de que ação baseou-se em supostas informações fornecidas por Israel.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou, nesta quinta-feira (9), que a detenção de duas pessoas com supostos vínculos com o grupo terrorista Hezbollah que planejavam ataques contra a comunidade judaica no país começou antes da eclosão do atual conflito no Oriente Médio.
– As investigações da Polícia Federal começaram ANTES da deflagração das tragédias em curso na cena internacional – escreveu o ministro em suas redes sociais, em referência às prisões e ao conflito desencadeado após o ataque do braço armado do Hamas a Israel em 7 de outubro.
A declaração foi uma resposta às conjecturas publicadas na imprensa que ligavam esta operação a supostas informações fornecidas por Israel ao Brasil enquadradas no atual conflito.
Segundo o ministro, “o Brasil é um país soberano” e “a cooperação jurídica e policial existe de modo amplo, com países de diferentes matizes ideológicos, tendo por base os acordos internacionais”.
Além disso, enfatizou que “nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil” e que “nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento”.
Dino ressaltou ainda que as prisões feitas na quarta-feira “derivaram de decisões do Poder Judiciário do Brasil” e que a conduta da PF “nada tem a ver com conflitos internacionais”.
Segundo a Polícia Federal, os supostos integrantes do grupo Hezbollah tentavam recrutar brasileiros para realizar ataques contra interesses da comunidade judaica.
As autoridades não comunicaram a nacionalidade dos detidos ou as suas identidades, nem especificaram quais seriam os objetivos dos ataques.
O grupo terrorista xiita Hezbollah é apoiado pelo Irã e é inimigo declarado de Israel, país que ataca com projéteis desde o início da guerra entre o Estado judeu e o grupo terrorista Hamas.
O Hezbollah está presente no Brasil, na área da tríplice fronteira com o Paraguai e a Argentina, há pelo menos três décadas.
Com informações: EFE