Maior do que o valor apresentado pelo Ministério da Fazenda.
A aprovação do projeto de desoneração da folha de pagamentos pelo Congresso, com a anuência do governo federal, acentua as divergências entre o BC e a Fazenda quanto à magnitude do déficit fiscal.
De acordo com especialistas, existe um risco de diminuição na transparência e na credibilidade em relação ao resultado primário do país, que representa a diferença entre receitas e despesas, funcionando como um indicador para a avaliação da meta fiscal.
O texto referente à desoneração, que ainda precisa da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), autoriza o Tesouro Nacional a incluir como receita primária os valores não reclamados por pessoas físicas e jurídicas em contas de entidades financeiras, como bancos, corretoras e cooperativas.
Isso resultará em um acréscimo de R$ 8,6 bilhões nos recursos governamentais, quantia que não será levada em consideração pelo BC no seu cálculo do resultado primário. Pelo arcabouço fiscal, porém, a verificação da meta é atribuição do Banco Central.
Nos últimos 12 meses até julho, o déficit estimado pelo Banco Central supera em R$ 39,7 bilhões o montante apurado pela Fazenda. Quando ajustados pela inflação, essa diferença aumenta para R$ 41,1 bilhões, sendo esta a maior discrepância já registrada, conforme análise do economista-chefe da Tullett Prebon Brasil, Fernando Montero. Os dados são do Estadão.