A Agricultura Familiar: Fundamental para a Economia e Comunidades Rurais.
Já pensou de onde vem o alimento que você consome? Grande parte dele é cultivada por agricultores familiares, que são essenciais para o país. Esse tipo de produção mantém uma extensa cadeia produtiva, ligando o campo à cidade e exercendo uma função significativa em nossa sociedade.
Para ser classificada como agricultura familiar, a propriedade deve ter no máximo quatro módulos fiscais, e a mão de obra utilizada precisa ser majoritariamente da própria família. Segundo o Censo Agropecuário de 2017, 77% das propriedades agrícolas no Brasil pertencem à agricultura familiar, gerando empregos para mais de 10 milhões de pessoas. Essa forma de cultivo é a base econômica para 90% dos municípios brasileiros com população até 20 mil habitantes, ressaltando sua relevância na preservação e desenvolvimento das comunidades rurais.
A agricultura familiar enfrenta uma série de desafios que são tanto numerosos quanto complexos. A transição climática se destaca como um dos principais problemas, uma vez que as alterações climáticas impactam de maneira direta a produção agrícola, afetando a quantidade e a qualidade dos alimentos. Frequentemente, os agricultores familiares não dispõem de recursos tecnológicos e financeiros suficientes para se adaptarem rapidamente às novas condições, o que pode prejudicar a segurança alimentar e a renda dessas famílias. Fenômenos como secas prolongadas, enchentes e outras variações climáticas tornam o cenário da produção agrícola instável e imprevisível.
Para lidar com essas dificuldades, é fundamental que sejam criadas políticas públicas eficazes que ofereçam suporte aos agricultores familiares. Investimentos em infraestrutura rural — incluindo estradas, armazenamento e logística — são cruciais para aprimorar o acesso ao mercado e assegurar que os produtos cheguem aos consumidores em boas condições. Além disso, promover programas de educação e capacitação técnica é vital para auxiliar os agricultores na adoção de práticas mais eficientes e sustentáveis, elevando assim a produtividade e a qualidade das colheitas.
Estabelecer sistemas de seguro agrícola para amparar pequenos produtores diante das adversidades climáticas é fundamental. Sem essa rede de proteção, muitos agricultores correm o risco de perder tudo em um único evento extremo, o que pode levar à sua falência financeira. A participação dos agricultores familiares em iniciativas de compras governamentais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), se mostra uma estratégia eficaz para assegurar a venda de seus produtos, oferecendo um mercado confiável e consistente para suas safras.
Desde minha atuação na Emater-MG, meu objetivo tem sido promover uma melhor qualidade de vida para aqueles que habitam o campo, garantindo que desfrutem dos mesmos direitos e benefícios disponíveis aos habitantes urbanos. A agricultura familiar vai além da esfera econômica; ela representa uma maneira de viver que valoriza tradições, culturas e conhecimentos ancestrais. Como Deputado Federal, mantenho meu compromisso em apoiar os agricultores e garantir que tenham acesso a políticas públicas e serviços técnicos agrícolas adequados. Essa assistência é crucial para que consigam modernizar suas atividades, aprimorar suas colheitas e lidar com os desafios trazidos pelas mudanças climáticas.
A agricultura familiar desempenha um papel crucial na segurança alimentar do Brasil, além de ser um motor de desenvolvimento econômico e social. É vital fortalecer esse segmento não apenas para a economia rural, mas também para promover a sustentabilidade ambiental e garantir a segurança alimentar no país. Os agricultores familiares são essenciais na produção de alimentos saudáveis e na preservação da biodiversidade agrícola. Eles atuam como guardiões de diversas variedades de plantas e raças de animais adaptadas ao ambiente local, que podem ser fundamentais na adaptação às mudanças climáticas.
É fundamental reconhecer e valorizar a relevância da agricultura familiar, criando um ambiente favorável que possibilite o crescimento desses agricultores. A transição para uma agricultura mais sustentável e resiliente demanda um esforço conjunto entre governo, sociedade civil e setor privado. Cada um de nós tem um papel importante na promoção de práticas agrícolas que respeitem o meio ambiente e assegurem viabilidade econômica. Ao escolher produtos da agricultura familiar, estamos apoiando diretamente essas famílias e contribuindo para a construção de um futuro mais sustentável e equitativo.
Reitero meu compromisso em trabalhar arduamente para garantir que os agricultores familiares tenham as condições adequadas para prosperar. É fundamental assegurar o acesso deles a crédito, tecnologias de ponta, formação contínua e mercados seguros para seus produtos. Assim, conseguiremos construir um Brasil mais justo, sustentável e resiliente, onde a agricultura familiar seja reconhecida e valorizada por sua inestimável contribuição à nossa sociedade.
Zé Silva (Solidariedade-MG) é deputado federal, coordenador de Agricultura Familiar da Frente Parlamentar da Agropecuária e Presidente da Frente Parlamentar da Mineração Sustentável.
Com informações: Assessoria de Imprensa Deputado Federal Zé Silva