Presidente participou da formatura de 395 cadetes da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), mas não discursou e nem falou com a imprensa.
Na iminência de reverter o resultado da eleição a qual considera fraudulenta e mandar prender o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, por uma série de crimes que está cometendo e descumprir a Constituição, o presidente Jair Bolsonaro se mantém em silêncio.
Pelo menos é essa a expectativa dos manifestantes bolsonaristas que estão “acampados” em frente aos quartéis do Exército em todas as capitais e nas principais cidades brasileiras.
Sob gritos de “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão” e fora Alexandre de Moraes, eles sugerem que a eleição foi fraudada e invocam o artigo 142 da Constituição Federal em defesa da Pátria, garantia dos Poderes Constitucionais e da Lei e da Ordem.
Quase um mês após o segundo turno, em que foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente teve, no sábado (26), seu primeiro compromisso público após as eleições.
Em Resende, no sul fluminense, ele participou da formatura de 395 cadetes da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), mas não discursou nem falou com a imprensa.
Bolsonaro manteve a tradição de prestigiar eventos militares, mas, ao contrário de eventos anteriores do tipo, permaneceu em silêncio.
O comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, agradeceu a presença de Bolsonaro e afirmou que ele é uma referência para os formandos, por conta da “sua dignidade, seu culto à família, seu amor ao Brasil e inabalável fé em Deus”.
Bolsonaro acompanhou a cerimônia ao lado do vice-presidente, general da reserva Hamilton Mourão, e de ministros, como o titular da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
O evento que o presidente participou é chamado de Cerimônia do Aspirantado, na qual os aspirantes do Exército recebem a espada de oficial da força. O presidente entregou a espada de oficial ao formando que ficou em primeiro lugar geral na turma.
Bolsonaro é formado pela Aman, na turma de 1977, quando foi declarado aspirante a oficial de artilharia. O compromisso de ontem na Aman acontece na semana em que o PL (Partido Liberal) questionou votos registrados por parte das urnas eletrônicas negado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Além disso, o ministro Alexandre de Moraes multou a legenda e congelou o fundo partidário da sigla.