Pela segunda vez em 15 dias, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso do Sul barrou pesquisa de intenção de voto encomendada pela poderosa TV Morena junto ao Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica, o IPEC. O instituto, que foi fundado por ex-executivos do extinto Ibope, terceirizou a pesquisa para algum instituto tabajara de Mato Grosso do Sul e teve o conteúdo barrado pelo juiz eleitoral José Eduardo Chemim Cury, de Campo Grande. O problema é que, tal qual ocorreu no levantamento anterior, a Justiça Eleitoral só barrou a pesquisa ilegal depois que os números foram divulgados e massificados com toda pompa pela TV Morena, colocando o ex-governador André Puccinelli (MDB) em primeiro lugar; o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD) em segundo lugar; a deputada federal Rose Modesto (União Brasil) em terceiro lugar; o ex-secretário de Estado de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB) em quarto lugar e o deputado estadual Capitão Contar (PRTB) em quinto lugar. Fazendo analogia ao futebol, onde o jogador que marca três gols numa mesma partida tem direito de pedir música no dominical Fantástico, da própria Rede Globo, a TV Morena poderá fazer o mesmo caso tenha a terceira pesquisa eleitoral barrada em sequência pela Justiça Eleitoral. O terceiro levantamento do IPEC, que já carece de credibilidade, será exibido pela TV Morena na véspera do primeiro turno. O que não se entende é porque uma emissora desse porte e com a audiência que domina, não atenta para a falta de responsabilidade em levar aos telespectadores um produto considerado ilegal pelo Tribunal Regional Eleitoral. Ainda que o juiz eleitoral José Eduardo Chemim Cury tenha mandado cessar imediatamente a divulgação da Pesquisa IPEC contratada pela TV Morena e registrada com o número MS08792/2022, além de ter fixado multa de R$ 5 mil em caso de desobediência, os portais de notícia continuam exibindo os números que podem estar fraudados. Vai vendo!
Tucanato Atento
Como cachorro picado por cobra tem medo de linguiça, o pessoal da coligação “Trabalhando por um Novo Futuro”, que sustenta a candidatura de Eduardo Riedel, foi analisar a pesquisa tabajara do IPEC e descobriu que o levantamento não atende os requisitos legais em relação ao número de eleitores ouvidos em cada setor pesquisado, ou seja, a metodologia empregada pelo instituto não combina com os números revelados pela pesquisa. Na decisão, o juiz eleitoral José Eduardo Chemim Cury foi didático: “Ante o exposto, presentes os requisitos necessários, com fulcro no art. 16, § 1º, da Resolução TSE n. 23.600/19, defiro o pedido liminar e determino à representada Inteligência em Pesquisa e Consultoria Ltda a imediata suspensão da divulgação da pesquisa MS-08792/2022, sob pena de multa diária de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), no caso de descumprimento”.
Pesquisa Maquiada
A outra pesquisa irregular foi divulgada pela TV Morena no dia 31 de agosto, mas acabou barrada pela Justiça Eleitoral somente no dia 5 de setembro. O motivo da ilegalidade: no registro obrigatório apresentado ao Tribunal Regional Eleitoral não constava a documentação com as delimitações dos bairros abrangidos pela coleta de dados. Fica claro que tanto o IPEC quanto a TV Morena cometeram o mesmo erro na segunda pesquisa e até parece proposital, tipo assim, que se dane se a Justiça Eleitoral vai barrar, o importante é dar publicidade para os números antes que isso ocorra.
Pesquisa do Italiano
A verdade é uma só nessa relação de promiscuidade do IPEC com a TV Morena: sabendo que a única chance de vitória num eventual segundo turno das eleições para governador de Mato Grosso do Sul seria contra o David Copperfield do Pantanal, o ex-governador André Puccinelli mandou a emissora (isso mesmo, mandou) maquiar a pesquisa para colocar o mágico em segundo lugar. Explico: o italiano manda na TV Morena porque a emissora da família Zaharan mamou nos cofres públicos nos 8 anos de mandato de Puccinelli na Prefeitura de Campo Grande e nos 8 anos de mandato do italiano no Governo do Estado, embolsando dezenas de milhões de reais a título de publicidade oficial. Foram 16 anos de mídia chapa branca, vai vendo!
Transferência Paterna
No mais puro estilo “Bob Pai e Bob Filho”, o ex-deputado estadual Walter Carneiro invadiu as redes sociais neste começo de semana em um vídeo onde aponta todas as qualidades que ele enxerga em Walter Carneiro Júnior e ao final pede para o internauta depositar um voto de confiança nele e no filho nas eleições de 2 de outubro. O engraçado é que na tentativa de transferir votos para Walter Júnior, que é candidato a deputado federal, o pai Walter Carneiro fala das conquistas que ele conseguiu para Dourados enquanto esteve na Assembleia Legislativa e se apresenta como “pai” da emenda constitucional que criou a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.
Méritos do Razuk
Ainda que o vídeo tenha o objetivo de pedir apoio em favor do filho, o mesmo que deu de presente para os douradenses a cobrança da Taxa de Lixo junto com a conta de água, faltou ao ex-deputado estadual Walter Carneiro reconhecer que a emenda que garantiu a criação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul foi apresentada em conjunto com o ex-deputado estadual Roberto Razuk e que partiu do pai do deputado Neno Razuk a iniciativa de assegurar que a sede da Uems fosse em Dourados e não em Campo Grande, como queria o ciumento povo da extinta República do Ceud.
Senadora Veneno
As mídias sociais ressuscitaram neste final de semana um vídeo-reportagem veiculado pelo portal UOL em 9 de abril de 2019, onde a então ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina Corrêa da Costa, atual candidata a senadora por Mato Grosso do Sul, afirmou que os brasileiros não passam muita fome porque têm manga nas cidades. A frase de Tereza, que naquela época já era chamada de ministra-veneno, foi dita durante um depoimento na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.
Transcrição Literal
Para que não acusem a Malagueta de fazer campanha eleitoral negativa contra Tereza Cristina, a fala da então ministra foi a seguinte: “Agricultura para países que tiveram guerra, que passaram fome, é questão de segurança nacional. Nós nunca tivemos guerra, nós não passamos muita fome porque temos manga nas nossas cidades, nós temos um clima tropical. Nós temos miséria, e precisamos tirar o povo da miséria”. Diante do exposto, uma pergunta não quer calar: se der errado o projeto de garantir um segundo mandato ao presidente Jair Bolsonaro e se a ex-ministra Tereza Cristina não conseguir ser eleita senadora da República, quem vai chupar essa manga?
Campanha Prisional
Chegou ao conhecimento da Malagueta que a diretora de uma unidade prisional de importante cidade do interior de Mato Grosso do Sul, na ânsia de agradar seus candidatos e padrinhos de cargo, organizou uma reunião política noturna e levou para fazer número algumas dezenas de internas que, pelo horário do encontro, deveriam estar recolhidas às celas. Ocorre que alguma reeducanda não gostou muito de ser convidada para servir de claque no encontro político e acionou o Ministério Público Estadual (MPE) que teria ido ao presídio e encontrado as celas vazias. A coluna deve receber as provas do “Bonde Político da Agepen” ainda essa semana. Vai vendo!