A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada para investigar a compra de kits robóticas pela Prefeitura de Dourados empacou na Câmara Municipal. Instalada no dia 26 de abril por iniciativa do vereador Fábio Luís (Republicanos) e com assinatura dos vereadores Lia Nogueira (PSDB), Marcio Pudim (PSDB), Juscelino Cabral (PSDB), Diogo Castilho (PSDB), Elias Ishy (PT) e Olavo Sul (MDB), a CPI da Robótica realizou apenas 3 reuniões em mais de 2 meses e a Malagueta apurou que o presidente da Comissão não estaria repassando aos vereadores Cemar Arnal (Solidariedade) e Rogério Yuri (PSDB) os documentos que tem recebido da Prefeitura de Dourados para abastecer a CPI da Robótica. A coluna apurou também que o presidente Fábio Luís teria dito que fará uma espécie de relatório que será repassado ao Relator da CPI para servir de texto base para o relatório final. O relator Cemar Arnal foi procurado hoje e garantiu que não aceitará nenhum direcionamento e que o relatório final não terá interferência do presidente da CPI e nem de nenhum outro agente político. O fato é que instalada em 26 de abril a CPI da Robótica recebeu uma primeira remessa de 873 folhas de papel com todas as informações relacionadas à aquisição dos kits no dia 6 de junho. Detalhe: os ofícios apontando a lita de documentos chegou à Prefeitura de Dourados somente no dia 30 de maio, mais de um mês após a aprovação da instalação da CPI na Câmara Municipal. No dia 23 de junho os Fábio Luís, Rogério Yuri e Olavo Sul (MDB) foram recebidos pela secretária municipal de Educação, Ana Paula Benitez Fernandes, para atender o pedido feito pelo presidente de uma demonstração técnica e de aplicação dos kits robóticas. O relator Cemar Arnal, apesar de convidado, não compareceu e mandou um assessor à demonstração que foi conduzida pelos professores Clovis Augusto Niiyama, Maria Augusta Domingues e Taita Araújo Rodrigues, todos já capacitados para usar os kits em sala de aula. A persistir essa inércia da CPI da Robótica, o relatório final será tão contundente quanto foi o da CPI da Covid-19, que consumiu uma fábula em recursos públicos e até hoje não apresentou qualquer resultado prático. Aliás, a Malagueta já havia alertado que os vereadores que assinaram o requerimento de instalação da CPI da Robótica montaram num porco ao comparar os preços pagos pela Prefeitura de Dourados com a do governo do Estado, já que pela Ata PROCAD.013/2021/SED o Governo pagou R$ 6.320.240 por 390 conjuntos de robótica para o Ensino Médio, num valor unitário de R$ 16.205,74 por conjunto, enquanto a Prefeitura de Dourados pagou R$ 8.753.000 por 500 kits, num valor unitário de R$ 17.506,00, com diferença de R$ 1.311,00 por unidade ou 8% no valor global.
Treinamento Presencial
A diferença de pouco mais de R$ 1.300 por unidade robótica seu deu porque o treinamento dos professores do Ensino Médio do governo do Estado será por videoconferência e o treinamento dos professores da Rede Municipal de Ensino de Dourados será presencial, realizado em quatro módulos, com os técnicos tendo que se deslocar até Dourados. A Ata do governo do Estado foi usada para a compra de 116 conjuntos de robótica, totalizando 390 unidades de robôs, material didático para alunos e professores e treinamento à distância para os docentes. Já a Ata de Registro de Preços número 34/2021 usada pela Prefeitura de Dourados garantiu a compra de 50 kits, cada um com 10 unidades, totalizando 500 unidades, ou seja, 110 unidades a mais que a compra feita pela Secretaria de Estado de Educação.
Esperando o Relatório
Por essas e outras resta uma única certeza: o relatório final da CPI da Robótica não servirá nem mesmo como instrumento de campanha eleitoral para aqueles que denunciaram um superfaturamento que não se comprovou. Deveria existir previsão legal para obrigar o ressarcimento aos cofres públicos dos recursos gastos durante uma Comissão Parlamentar de Inquérito quando ao final desta não for encontrado prova em conformidade com o fato determinado e determinante para sua instalação.
Murilo com Puccinelli
O vice-governador Murilo Zauith (União Brasil) parece já ter jogado a toalha em relação à candidatura da deputada federal Rose Modesto (União Brasil) para a sucessão do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Em conversa com interlocutores e lideranças que fazem parte do seu grupo político, Murilo tem orientado para a importância de manter uma estrutura de apoio ao ex-governador André Puccinelli (MDB) no segundo turno das eleições. Murilo Zauith acredita piamente que Puccinelli é o único nome que já está no segundo turno e se tem costurado apoio ao italiano é porque já percebeu que a candidatura de Rose Modesto ficará pelo caminho.
Palanque Desenhado
Se Murilo está mesmo de olho numa parceria com André Puccinelli no segundo turno, qual seria o destino de Rose Modesto e da senadora Soraya Thronicke (União Brasil)? Até o momento o indicativo mais provável é que o União Brasil some esforços com o PSDB de Eduardo Riedel num eventual segundo turno, agora se o vice-governador estiver acreditando que a disputa final será entre Marquinhos Trad (PSD) e André Puccinelli, natural que o apoio se concentre mesmo no ex-governador. Nunca é demais lembrar que Murilo foi vice de André entre 2006 e 2010, de onde saiu para ser prefeito de Dourados com total apoio do governo do Estado.
Vice de Eduardo Riedel
Pesquisas internas fechadas no fim de semana pelo staff do pré-candidato Eduardo Riedel (PSDB) comprovam o que a maioria dos entendidos em política já sabia: o nome para compor chapa como vice-governador terá mesmo que sair de Dourados e terá que ser alguém com penetração nas classes C, D e E, ou seja, tem que ser popular e ter cheiro de povo. Se for seguir o que as pesquisas apontaram, o ex-secretário de Estado de Infraestrutura terá que fazer um esforço concentrado para encontrar um nome com esse perfil. Pode começar entrevistando eventuais voluntários no dia 7 de julho quando estará em Dourados para uma série de compromissos da pré-campanha.
Vice de Marquinhos Trad
Diz a lenda que o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, também estaria tentando encontrar um nome de Dourados para compor como vice. No caso do Prefeito Facebook a busca tem sentido: mesmo com todo desgaste do final da gestão dele, Marquinhos continua liderando a maioria das pesquisas de intenção de voto em Campo Grande, mas tem aparecido mal avaliado pelo eleitor douradense. Se pretende tornar real o sonho de ir para o segundo turno, o ex-prefeito terá que encontrar alguém que tenha potencial para alavancar a candidatura dele no segundo maior colégio eleitoral de Mato Grosso do Sul.
Vice de Rose Modesto
Essa importância de Dourados e região na chapa majoritária também justifica o empenho do União Brasil em convencer Murilo Zauith, atual vice-governador de Reinaldo Azambuja, a ser vice na chapa de Rose Modesto, que também foi vice de Reinaldo no primeiro mandato. A exemplo de Marquinhos Trad, Rose também tem uma fatia considerável do eleitorado de Campo Grande, mas tem apresentado desempenho muito fraco nas pesquisas de intenção de voto em Dourados. O desafio de fazer de Murilo Zauith um vice está sendo levado tão a sério que até o articulado Sérgio Murilo, presidente estadual do Podemos, já aceitou abrir mão de indicar o nome para compor chapa com Rose Modesto, desde, é claro, que seja para o atual vice-governador.
Vice de André Puccinelli
Antenado que só ele e também com eleitorado cativo em Campo Grande, capital que governou por dois mandatos e onde provocou uma revolução no setor viário e de infraestrutura, André Puccinelli também está de olho em um vice de Dourados. Dois nomes estão na alça de mira do ex-governador: o deputado estadual Renato Câmara (MDB), que já teria recebido a promessa de ser o candidato do governo para a Prefeitura de Dourados em 2024 em caso de vitória de Puccinelli nas urnas, e o vereador Laudir Munareto (MDB), atual presidente da Câmara Municipal. Um terceiro nome seria do professor universitário e piloto Domingos Venturini ou Comandante Renato, que se filiou ao MDB de André Puccinelli aos 45 do segundo tempo depois de uma resenha com seu mentor Murilo Zauith. Vai vendo!