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Lia desmente MP e diz que investigação da Câmara foi superficial

por Marcos Santos
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A vereadora Lia Nogueira (PSDB), que está em meio a uma disputa judicial para tentar salvar o mandato depois de ter sido denunciada por infidelidade partidária, decidiu peitar o Ministério Público Estadual (MPE) de Dourados. Em entrevista à rádio Grande FM, na manhã de sábado, o radialista Osvaldo Duarte disse que a denúncia feita pela vereadora sobre uma suposta farra da publicidade na Câmara Municipal de Dourados não foi arquivada porque “quem vai arquivar ou oferecer uma denúncia a partir de agora não é Dourados é Campo Grande”. Nesse momento, a vereadora disse: “Muito bem, muito bem colocado Osvaldinho, eu vim preparada aqui hoje, vou falar pra vocês, por que eu sabia que essa pergunta ia vir né. O que acontece é o seguinte, houve essa denúncia da suposta farra da publicidade, um relatório foi entregue ao Ministério Público aqui em Dourados na pessoa do Dr. Ricardo Rotunno ao qual tenho um respeito muito grande e sei do trabalho que ele vem realizando e, ao mesmo tempo que nós apresentamos esse relatório aqui, decidimos recorrer à Procuradoria-Geral do Ministério Público”, enfatizou. A vereadora prosseguiu: “nós conseguimos uma agenda com Dr. Alexandre Magno, que é uma pessoa também extremamente competente e fomos lá pra que o que foi entregue ao Ministério Público aqui houvesse um reforço lá em Campo Grande também, isso não fere, como é que fala, limite de atuação nenhuma, foi tão somente uma forma de garantir um reforço nessa investigação”, completou. A resposta teve ainda a seguinte fala da vereadora: “Aí começaram a surgir aquelas informações totalmente distorcidas né, de que aí arquivou. O Dr. Ricardo Rotunno que coordena essas investigações aqui estava sob a recomendação, orientação da Procuradoria-Geral, que colocou Dr. Ricardo e outros três promotores pra acompanhar aí esse caso, eles acataram uma decisão da Procuradoria-Geral do Ministério Público, do Dr. Alexandre Magno. O Dr. Ricardo Rotunno solicitou o arquivamento, mas agora cabe ao Conselho Superior do Ministério Público, agora volta pra Campo Grande pra fazer a análise que ele assim entender”. Ao ser questionada se chegou a ser ouvida pelos promotores de Dourados, a vereadora se perdeu e disse que a investigação foi superficial: “Há que se pontuar, eu fui ouvida em oitiva, o farmacêutico Racib Panage Harb também foi ouvido, no mesmo dia que minha oitiva, mas só que depois de mim, o Racib também já tinha entregue antes o relatório ao Ministério Público com a suposta farra da publicidade, então não fui a única. Foram dois relatórios entregues, no caso da minha oitiva o Dr. Ricardo Rotuno me perguntou se essas mídias, se esses serviços foram executados e em momento algum no relatório eu digo que os serviços não foram executados. Eu falei isso durante a minha oitiva com Dr. Ricardo Rotunno, Dra. Rosalina também e aí, ao meu ver, essa investigação ela foi muito superficial a título de já solicitar o arquivamento”.

Atacando a Promotoria

Não satisfeita em classificar a investigação do Ministério Público como superficial, a vereadora ainda partiu para ilações: “Por que o Diário MS na época recebeu quase 50% das mídias da Câmara de Vereadores? A alegação do Ministério Público é que era período de Pandemia, que era o único jornal impresso. Mas existe um pagamento que foi feito pra um dos secretários da atual administração, ele não poderia receber essa nota, esse empenho, ele recebeu, essa propaganda foi feita no outro site e depois quando viram que aquilo poderia dar problema, esse secretário vai e entra com pedido de renúncia de algo que já recebeu”.

Confundindo as Bolas

Como alguém que indicava distribuição de mídia da Câmara Municipal para coleguinhas da 101FM que tinham um site, a combativa vereadora deveria saber que a mídia é veiculada num mês e o pagamento é feito no mês seguinte. Dessa forma, a nota empenhada pelo Diário MS em janeiro era referente à veiculação no mês de dezembro, quando o jornalista Alfredo Barbara Neto não exercia qualquer cargo na Administração Municipal. No relatório que encaminha o arquivamento da denúncia fajuta, o Ministério Público detalha, inclusive, trechos da lei que delega ao agente público a discricionariedade para anunciar no veículo que a executora do contrato e o próprio gestor entenderem atingir melhor o público alvo.

Esperando a Promotoria

Consultado hoje pela Malagueta, o promotor de Justiça Ricardo Rotunno destacou que não existem duas investigações, uma em Dourados e outra em Campo Grande. Toda apuração foi concentrada no município por ser atribuição do Ministério Público em Dourados e agora o Conselho Superior do MPE vai analisar o relatório final e decidir se acata os argumentos dos três promotores de Justiça e arquiva a denúncia fajuta ou se transforma esse episódio em palanque eleitoral. Resta saber, também, como o MPE de Dourados recebeu a acusação da vereadora “que a investigação foi superficial”.

Vice na chapa de Rose

No dia 25 de abril a coluna circulou com a seguinte manchete: “Para se vingar de Reinaldo, Murilo bate martelo e será vice de Rose Modesto”. Não faltou emissário de plantão para desmentir a Malagueta e jurar que a notícia não condizia com a verdade. Na época, a coluna destacou que poucos dias antes daquele 25 de abril o vice-governador Murilo Zauith esteve na residência do empresário Sérgio Murilo Mota (Podemos), ex-secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica de Reinaldo Azambuja (PSDB) para selar uma aliança que iria alterar o tabuleiro eleitoral em Mato Grosso do Sul.

Desmentido e Confirmado

A Malagueta destacou que escoltado pela senadora Soraya Vieira Thronicke (União Brasil), atual presidente estadual da legenda, o vice-governador de Reinaldo Azambuja foi dizer sim ao convite para ser vice da deputada federal Rose Modesto (União Brasil) na disputa pelo governo do Estado e que Murilo Zauith teria encontrado na chapa pura uma forma de se vingar do governador Reinaldo Azambuja pelo alijamento do Parque dos Poderes e, também, pelo desprezo nos quase 8 meses em que ficou internado em São Paulo para tratar da Covid-19. Neste final de semana, todo o desmentido foi confirmado.

Convite Oficializado

No sábado, véspera de Dia dos Namorados, o vice-governador Murilo Zauith recebeu oficialmente e publicamente o convite da presidente regional do União Brasil, a senadora Soraya Thronicke, para ser o vice na chapa de Rose Modesto. O convite, que foi apenas uma formalidade já que a chapa-pura havia sido definida ainda em abril, aconteceu durante ato de posse da diretoria da Juventude União Brasil MS (JUBMS), realizada na sede no Diretório Estadual do Partido, em Campo Grande. A Juventude do União Brasil será comandada pelo advogado douradense Ítalo Gusmão, que já comandou a ala jovem do PSDB de MS, e terá como vice-presidente o psicólogo Luiz Torchetti.

Vice com Qualidade

O raciocínio do comando do União Brasil é simples: como Murilo é vice de um dos melhores governos que o Mato Grosso do Sul já teve, natural seria agregar essa experiência à chapa com Rose Modesto, que também foi vice-governadora no primeiro mandato de Reinaldo Azambuja. A estratégia de afirmar que Rose Modesto não tem condições para governar o Mato Grosso do Sul iria por terra, já que estariam juntos os dois vices do atual governador, ambos com participação efetiva no governo do Estado e com moral para evocar para si as principais conquistas dos últimos 7 anos e quatro meses em todo o Mato Grosso do Sul. Vai vendo!

Murilo Zauith Elegível

Se alguém perguntar se o vice-governador de Reinaldo Azambuja pode ser candidato a vice na chapa de Rose Modesto se não renunciou ao mandato no começo de abril deste ano, como fez o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, a resposta é sim. Murilo pode ser vice de Rose mesmo estando vice de Reinaldo. A Lei Complementar 64/1990, que estabelece, de acordo com o Artigo 14, § 9º da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, elegibilidade e prazos de cessação, é clara em seu Artigo 1º, § 2° ao definir que o vice-presidente, o vice-governador e o vice-prefeito poderão candidatar-se a outros cargos, preservando os seus mandatos respectivos, desde que, nos últimos 6 meses anteriores ao pleito, não tenham sucedido ou substituído o titular.

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