O ex-prefeito de Campo Grande e pré-candidato ao governo do Estado, Marquinhos Trad (PSD) aterrissou cedo em Dourados ontem num dificultoso e doloroso processo de montagem de um time mínimo para atuar na pré-campanha e trabalhar na campanha eleitoral deste ano. Sem base política no interior do Estado e com fama de não cumpridor de compromissos, Marquinhos Trad está encontrando dificuldades para arregimentar pessoas capazes de carregar o nome dele na disputa pelo governo e nem mesmo aliados do próprio partido estão empolgados com a pré-campanha. Talvez por isso, o ex-prefeito tenha passado parte considerável da manhã em reunião com a vereadora Daniela Hall, que apesar de ser do mesmo partido dos Trad já teria dito publicamente que não entraria em aventura política e não teria firmado qualquer compromisso de construir base para Marquinhos Trad em Dourados. A tentativa de envolver Daniela Hall na campanha esbarra em, pelo menos, dois obstáculos: 1 – Os Trad judiaram da vereadora na campanha passada, firmando compromissos que não foram honrados e que, por pouco, não custaram a reeleição dela para um novo mandato. 2 – Os Trad deram um balão no deputado estadual Londres Machado durante a campanha eleitoral de 2018, fazendo compromissos financeiros que não foram honrados pelo laranja que responde pela alcunha de Patrola e a conta acabou paga por partidos aliados para evitar uma crise dentro da coligação que apoiava o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), então candidato a reeleição. Londres Machado acabou eleito, retornou à Assembleia Legislativa, recuperou parte do poder e do prestígio de outrora, deixou o PSD e teria jurado que nunca mais caminharia uma quadra ao lado dos Trad. Tudo bem que em política esse negócio de nunca mais é conversa para boi dormir, mas como a ferida ainda não cicatrizou será extremamente difícil para Daniela Hall e o marido, o ex-vereador Marcelão, caminharem com Marquinhos Trad nesta campanha em razão da ligação quase umbilical que ambos têm com Londres Machado. Aliás, foi o próprio cardeal que deu aval para que Daniela Hall levasse o time para o PSD nas eleições de 2018 e quando chegou em 2020 os Trad voltaram a firmar compromissos que não foram honrados. Agora, Marquinhos Trad tenta convencer a vereadora a participar da construção do projeto Dourados, defendendo, inclusive, que Daniela Hall se lance candidata a deputado federal para somar votos que, no fundo, serviriam apenas para garantir a eleição do irmão dele, o deputado Fábio Trad (PSD) para mais um mandato em Brasília, já que o outro irmão, o senador Nelsinho Trad (PSD) não entra na disputa esse ano por ter sido eleito em 2018 para um mandato de 8 anos. Resta saber se Daniela Hall vai se permitir ser seduzida por tal promessa e, sobretudo, se o compromisso firmado dessa vez será honrado pelo clã Trad, herdeiros políticos que parecem não ter aprendido nada com o saudoso patriarca Nelson Trad, o homem cuja a palavra não fazia curva.
Périplo de Marquinhos
Depois de tentar provar para Daniela Hall que desta vez será diferente, Marquinhos Trad seguiu escoltado por seu articulador político, o serelepe Darci Caldo (ex-Ari Artuzi e Ari Rigo) em contato com outras lideranças locais, a maioria sem qualquer expressão ou capacidade de aglutinar apoios. No período da tarde, aproveitando que ontem foi Dia do Índio, o ex-prefeito de Campo Grande participou de um ato político na Reserva Indígena de Dourados. Detalhe: a recepção foi organizada por um grupo de professores da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.
Reunião Noturna
Ao cair da noite, Marquinhos Trad se reuniu com um ex-vereador onde um grupo considerável de pessoas o aguardava para ouvir o que ele tinha a dizer em relação à disputa pelo governo do Estado. Quem esteve presente na reunião garante que, mais uma vez, ouviu-se um discurso confuso, indo do nada para lugar nenhum e sem qualquer poder de convencimento. A assessoria do ex-prefeito precisa cuidar disso, porque o discurso que “é homem do povo”, que adora “jogar bola na várzea?”, que “não tem medo dos poderosos”, que “não tem problemas com a Justiça” e que é “um ungido por Deus para ser candidato” não será suficiente para vencer as eleições. Não está sendo suficiente nem para conseguir formar chapa de candidatos a deputado federal e estadual.
Coronel Autoritário
Alguém precisa informar o tenente-coronel José Roberto de Souza, comandante do 8° Batalhão da Polícia Militar em Nova Andradina, que o governo militar acabou com a eleição de Tancredo Neves para a presidência da República. Os ataques covardes do oficial ao portal Jornal da Nova, pelo simples fato de não ter gostado da reportagem publicada, não dá ao coronel o direito de usar o site oficial da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (www.pm.ms.gov.br) para publicar Nota de Repúdio classificando a matéria jornalística como “manchete covarde e mentirosa”. Aliás, o oficial deveria saber que jornalista de verdade não escreve para agradar autoridade, ainda que seja da alta patente da Polícia Militar.
Coronel Barrado
A Nota de Repúdio com ataques ao Jornal de Nova, um portal de notícia que está no ar há mais de 11 anos e que tem na direção um jornalista com mais de 20 anos de profissão, apenas comprova o perfil autoritário do tenente-coronel José Roberto de Souza, que, aliás, tem provocado estragos entre seus comandados em razão do assédio moral sobre a tropa. Postada pela manhã no site da Polícia Militar, a famigerada Nota de Repúdio foi removida por ordem superior no final do dia, mas deixou um rastro de ataques ao jornalista e ao jornalismo de Nova Andradina.
Coronel Censurador
Aliás, desde que chegou ao comando do 8º Batalhão, o projeto de ditador não tem feito outra coisa senão perseguir o Jornal de Nova e seu editor, a ponto de exigir que o jornalista revelasse a fonte de recente reportagem publicada no portal. Será no curso de formação de oficial da Polícia Militar não ensinaram ao então cadete José Roberto de Souza que o sigilo da fonte está expressamente previsto na Constituição Federal de 1988 entre os direitos fundamentais? Se não ensinaram ainda dá tempo de aprender. Vai lá coronel e veja o inciso XIV do Artigo 5º da CF/88, que assegura o direito de acesso à informação, resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional. Vai vendo! Vai vendo!
Iluminação Capenga
Consumidor entrou em contato com a coluna sugerindo que a Prefeitura de Dourados fiscalize o trabalho prestado pela empresa contratada para fazer a manutenção da rede de iluminação pública do município. O consumidor jura de pé junto que a tal empresa está usando material remanofaturado, já que o relê trocado num dia volta a pifar dois ou três dias depois, devolvendo a escuridão total. “Somente na quadra onde moro, eles trocaram lâmpadas e relês num dia e três dias depois quatro postes já estavam com a lâmpada apagada”, denuncia o morador.