Depois de trair o presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo tendo sido eleita na onda direitista junto com os também anônimos Loester Trutis e Luiz Ovando, a dublê de senadora Soraya Thronicke agora quer usar o poder da presidência regional do União Brasil, partido que nasceu da fusão do Democratas (DEM) com o Partido Social Liberal (PSL), para eleger a deputada federal Rose Modesto (ex-PSDB) e se cacifar como grande liderança em Mato Grosso do Sul. Como tem mandato até 2026, o sonho de consumo da dublê é garantir a eleição da ex-tucana agora para tentar renovar o mandato em 2026, quando Rose iria para a reeleição e existiriam duas vagas na disputa para o Senado. Falta combinar com o eleitor, sobretudo a fatia mais conservadora de Mato Grosso do Sul que ainda não engoliu as cenas da dublê durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 e, também, não entende porque ela (Soraya) preferiu seguir no União Brasil ao invés de acompanhar o presidente Bolsonaro na filiação ao Partido Liberal (PL). A resposta pode estar na fatia do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral que ficará para o partido comandado por Soraya em Mato Grosso do Sul: R$ 40 milhões. Agora imagina a dublê com R$ 40 milhões para gastar com uma campanha eleitoral! Imaginou? Então! Deve ser por isso que o primo Mauro Thronicke Rodrigues desfila confiança na eleição para uma das 24 cadeiras da Assembleia Legislativa. Picado pela mosca da política depois da disputa pela Prefeitura de Dourados, em 2020, quando conquistou 10.496 votos, o primo da dublê de senadora já tem procurado lideranças empresariais e comunitárias para montar a equipe que vai trabalhar na campanha deste ano. Será que a prima já está gastando por conta alguma fatia dos R$ 40 milhões do Fundo Eleitoral? Na dúvida, alguém precisa avisar o senhor Mauro Thronicke que eleição municipal é muito diferente da corrida por um mandato em eleição proporcional. Detalhe pequeno: será que tal qual a prima, ele também abandonou o presidente Bolsonaro?
Municipalismo Zero
Com os primeiros três anos de mandato sem ter conseguido mostrar a que veio, não será fácil para a dublê de senadora Soraya Thronicke carregar a deputada federal Rose Modesto pelo interior de Mato Grosso do Sul na campanha pelo governo do Estado. Pode até sobrar dinheiro do Fundo Eleitoral para gastar com Rose Modesto, mas faltará municipalismo para a campanha, já que tanto Rose quanto Soraya não conseguiram construir parcerias com os prefeitos e, tampouco, com os vereadores que são a base de toda eleição majoritária.
Portas Fechadas
Com densidade eleitoral em Campo Grande, onde conquistou 169.660 votos, o que corresponde a 41,23% do total de votos válidos, na disputa pela prefeitura em 2016, Rose Modesto é quase uma estranha no interior de Mato Grosso do Sul. Mesmo sendo vice-governadora de Reinaldo Azambuja, na disputa pela Prefeitura de Campo Grande ela acabou derrotada por Marquinhos Trad, que recebeu 241.876 votos válidos, ou seja 58,77% do total.
Deputada Turista
A disputa em Campo Grande em 2016 acabou alicerçando a campanha para 2018 quando Rose Modesto foi eleita deputada federal com 120.901 votos. Importante lembrar que na época ela tinha a máquina estadual a seu favor e por fazer parte do grupo político do governador Reinaldo Azambuja nos últimos 7 anos perdeu uma excelente oportunidade de se fazer mais presente no interior do Estado. Agora, a densidade eleitoral da deputada em Campo Grande pode até ajudar a fazer fumaça, mas não será suficiente para leva-la ao Parque dos Poderes sem votos nos demais municípios.
Salgou o Quibe
O farmacêutico Racib Panage Harb, que disputou a prefeitura de Dourados em 2020 pelo Republicanos e recebeu nada menos que 11.410, está procurando um novo partido político para chamar de seu. Racib estava até animado com uma eventual candidatura para a Câmara dos Deputados, mas quando soube que o secretário de Governo de Dourados, Henrique Sartori, estava sendo filiado ao Republicanos, o combativo farmacêutico pediu o boné. Racib não viu graça nenhuma em seguir filiado ao partido que agora vai receber o ex-ministro que foi sem nunca ter sido. Vai vendo!
Espelho de Murilo
A Malagueta informou na edição anterior que o estafe de Rose Modesto estaria buscando alguém que fosse o espelho de Murilo Zauith na sociedade douradense para ser indicado como vice-governador. Foi o suficiente para que eminência parda da política saísse em defesa do auditor, piloto e professor universitário Domingos Venturini para a vice. Espia! A tal eminência jura de pés juntos que o Comandante Renato, como Domingos é conhecido, é visto por todos como a sombra mais fiel do atual vice-governador e que seria o nome ideal para colar Zauith na campanha de Rose Modesto!
Deputando pelo MS
O advogado Walter Carneiro Júnior, ex-secretário municipal de Fazenda na gestão de Murilo Zauith em Dourados, e atual queridinho do governador Reinaldo Azambuja, deve mesmo deixar a presidência da Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul) para se lançar candidato a deputado federal. A decisão não teria agradado o atual secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, que vê em Waltinho uma ameaça real ao projeto de ser eleito deputado federal em outubro. O secretário chegou a reclamar com o governador Reinaldo o eventual apoio a Waltinho, mas não adiantou.
Geraldando pelo MS
Não existe motivo para Geraldo Resende querer somente pra ele os votos de Dourados para deputado federal. O trabalho que ele vem realizando no comando da Secretaria de Estado de Saúde, sobretudo no enfrentamento à pandemia de Covid-19 e na imunização da população, deverá ser suficiente para garantir votos em todos os municípios de Mato Grosso do Sul. Se não errar até setembro, Geraldo Resende tem tudo para ser eleito sem precisar de sobras partidárias.