Home Agronegócio Com a diminuição de custos e a agilidade no transporte, o corredor bioceânico tem o potencial de alavancar a exportação de carne em Mato Grosso do Sul

Com a diminuição de custos e a agilidade no transporte, o corredor bioceânico tem o potencial de alavancar a exportação de carne em Mato Grosso do Sul

by Alexandro Zinho
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Menores despesas e trajetos mais rápidos são as principais vantagens que o corredor bioceânico trará para o estado na exportação de produtos primordiais, como a carne bovina.

O destino pode ser tanto os países asiáticos pelo Oceano Pacífico quanto o mercado sul-americano. Essa perspectiva promete fortalecer e tornar o setor mais competitivo.

Atualmente, Mato Grosso do Sul envia 360 mil toneladas de carne bovina para o Chile. Neste momento, as exportações ocorrem por três rotas: de Ponta Porã até Assunção no Paraguai, do Paraná em direção à Argentina, e do Rio Grande do Sul até a Argentina, antes de alcançar o Chile. Essa trajetória é extensa e pode ser reduzida através do corredor que liga Porto Murtinho a Carmelo Peralta (Paraguai), Argentina, e finalmente ao território chileno.

Se o destino ainda for os mercados asiáticos, esta mesma carga vai até os portos chilenos de Antofagasta ou Iquique, para seguir por meio do Oceano Pacífico. A rota Bioceânica é uma realidade com diversas obras espalhadas pelos quatro países. Uma das principais é a ponte binacional, que está com 65% dos trabalhos concluídos.

O corredor bioceânico se estende a partir de Porto Murtinho.

“O principal benefício da Rota Bioceânica para a indústria frigorífica de Mato Grosso do Sul será a ampliação das exportações para o Chile e o Peru. Já para outros mercados globais, a viabilidade econômica dependerá da competitividade dos custos logísticos no novo corredor de exportação”, destaca Sérgio Capucci, vice-diretor do Sicadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados do Estado de Mato Grosso do Sul).

Na avaliação da entidade o corredor bioceânico pode ser estratégico para encurtar a distância da carne bovina brasileira até mercados da Ásia, como China e Japão. 

O setor quer analisar o custo do frete rodoviário em comparação ao trajeto até ao Porto de Santos (exportação Ásia e Europa) e já existe um otimismo para exportações de carne com destino ao norte do Chile e ao Peru.

Novo caminho

O presidente SETCEMS (Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas de Mato Grosso do Sul), Cláudio Cavol, revela que a exportação de carne para países asiáticos pelos portos chilenos é praticamente inexistente. Este cenário vai mudar com o novo corredor e ponte binacional.

“Hoje, a pouca carga destinada ao norte do Chile segue por Santa Catarina, passando por Dionísio Cerqueira (SC) e São Borja (RS), o que aumenta a distância em 700 a 1.000 km em relação à nova saída por Porto Murtinho”, destacou.

O setor de transportes ainda ressalta a importância de avanços nos trâmites aduaneiros. “Atualmente, os caminhões podem levar de 7 a 8 dias apenas para cruzar Mato Grosso do Sul e o Paraguai, passando por diferentes etapas burocráticas nos dois países. Para que a Rota Bioceânica seja eficaz, é essencial evitar longos períodos de espera nas aduanas”, ponderou Cavol.

Dentro deste cenário de preparação, começou a ser ofertada qualificação para motoristas sem experiência em transporte internacional. “O SETLOG pediu a capacitação desses motoristas, preparando-os para atuar nessa nova rota. A UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) ofereceu um curso em Jardim voltado à formação de profissionais de logística para o transporte internacional. A primeira turma já foi formada”.

Outro ponto essencial neste caminho é a infraestrutura das rodovias nos quatro países, que precisam estar preparadas para esta nova realidade. “É fundamental que a via seja bem sinalizada e que existam estruturas adequadas para os motoristas, como postos de gasolina, restaurantes e suporte logístico ao longo do trajeto”.

A expectativa do setor é que o fluxo de transporte aumente de 5% a 10% ao ano, contribuindo diretamente para o crescimento do PIB estadual. Mato Grosso do Sul pode inclusive ganhar um papel de destaque no comércio internacional, sendo um grande corredor de exportação de vários produtos, entre eles a carne. Serão custos e distâncias menores, com acesso a mercados estratégicos.

Exportação

Atualmente os produtos brasileiros exportados para a China navegam mais de 24 mil quilômetros e gastam 54 dias para desembarcar em Shanghai, via Canal do Panamá. Utilizando a nova rota o tempo se reduzirá em 12 dias e 5.479km.

Para chegar aos países da Ásia ou Oceania, os navios saem do Porto de Santos, contornam o continente africano ou fazem desvio pelo Canal do Panamá, elevando custos de frete e sujeitos a atrasos devido às condições climáticas. Com a Rota Bioceânica a meta é reduzir o trajeto em 7.000 quilômetros ou até 20 dias no transporte entre Brasil e Ásia.

“O corredor bioceânico passou a ser uma realidade. Os nossos produtos vão seguir a por um caminho mais rápido tanto aos países vizinhos, como ao mercado asiático pelo Oceano Pacífico. Na prática, estamos testemunhando dia após dia, a realização do grande sonho de diferentes gerações, que contribuíram para que este projeto, complexo, ousado e inovador saísse do papel. Teremos um próspero corredor de exportações e importações, a partir da conexão viária entre o Centro-Oeste brasileiro e o Pacífico”, afirmou o governador Eduardo Riedel.

Com informações: Comunicação do Governo de MS

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