O regime de Daniel Ortega cumpriu suas ameaças e expulsou o embaixador brasileiro, Breno Souza, da Nicarágua nesta quinta-feira (8). Em retaliação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e decidiu responder à provocação expulsando a embaixadora da Nicarágua, Fulvia Patricia Castro Matu.
Apesar de serem antigos aliados, as relações entre Brasil e Nicarágua têm se deteriorado desde que Lula solicitou a libertação do bispo Rolando Álvarez, condenado a 16 anos de prisão pelo governo Ortega.
A tensão aumentou quando o embaixador brasileiro não esteve presente nas comemorações dos 45 anos da Revolução Sandinista no dia 19 de julho, um gesto que foi interpretado pela ditadura como uma ofensa.
Ainda que o governo brasileiro tenha solicitado à Nicarágua que reconsiderasse a expulsão de Breno Souza, o regime do antigo aliado de Lula ignorou esse pedido e seguiu com sua decisão.
Vale lembrar que o papa Francisco chegou a pedir pessoalmente ao presidente Lula que tentasse persuadir Ortega a libertar bispos e padres que foram sequestrados na Nicarágua, em meio à repressão a fé católica no país. Entretanto, o ditador não chegou a atender às tentativas de contato por parte do petista.