Produtores australianos se beneficiam da escassez de carne bovina nos EUA, enquanto o Brasil enfrenta limitações nas exportações para o mercado americano.
O mercado interno brasileiro de carne bovina está enfrentando um ano de margens comerciais estreitas, mesmo com a previsão de exportação de cerca de 800 mil toneladas em 2024, um novo recorde que supera o desempenho de 2022. De acordo com José Carlos de Lima Júnior, sócio do MARKESTRAT GROUP e cofundador da HARVEN AGRIBUSINESS SCHOOL, os produtores de carne bovina nos Estados Unidos estão aproveitando preços recordes, recebendo US$ 380,00 por cem quilos de carne.
Nesse cenário, os produtores australianos estão colhendo benefícios significativos. Eles estão obtendo margens de lucro que não eram vistas nos últimos 14 meses. No acumulado de 2024, os EUA já importaram mais de 171 mil toneladas de carne bovina australiana, um aumento de 75% em relação a 2023, com expectativas de expansão contínua nas compras. Apesar da projeção de exportações brasileiras de aproximadamente 800 mil toneladas para 2024, a cota destinada aos EUA é limitada a 65 mil toneladas por ano, representando apenas 8,1% do total exportado pelo Brasil e deixando de explorar um mercado que atualmente oferece as melhores remunerações.
A escassez de carne nos EUA é um fator determinante, com o rebanho americano atingindo o menor nível desde 1951, conforme dados do USDA. Esse cenário levará os EUA a intensificar suas importações para suprir a demanda interna. A Austrália, como principal beneficiária, está priorizando as exportações para os EUA em detrimento da China. Consequentemente, é provável que a maior parte das exportações brasileiras se concentre em Xangai, onde os requisitos e valores pagos pela carne diferem dos padrões americanos.
Fonte: Portal do Agronegócio