Home Bastidores Lula receava que a destituição tornasse Moro um ícone da direita

Lula receava que a destituição tornasse Moro um ícone da direita

por Alexandro Zinho
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O ex-presidente considerou que o triunfo do PT nesse cenário poderia elevar o ex-juiz politicamente.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava preocupado com a possibilidade de cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), solicitada pelo seu partido, o Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo a visão do líder do governo, enquanto a perda do mandato do ex-juiz representaria um revés para seu adversário na Lava Jato, por outro lado, poderia fortalecê-lo politicamente, transformando-o em um símbolo da direita.

Essas informações foram compartilhadas por fontes governistas no Congresso com a colunista Roseann Kennedy, do jornal O Estado de São Paulo.

Na visão de Lula, caso Moro perdesse seu cargo no Senado, poderia se apresentar como “perseguido pela Justiça” e ter força suficiente para emplacar um aliado em seu lugar na eleição suplementar. Aliado esse que poderia ter posicionamentos ainda mais contundentes em favor da direita e do apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ademais, o PT não possuía uma estratégia bem definida no Paraná, pois não havia um acordo sobre quem disputaria o cargo do senador. Uma nova eleição poderia significar uma nova derrota para a legenda petista.

SOBRE O JULGAMENTO
Nesta terça-feira (21), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por unanimidade, rejeitar o pedido de cassação do mandato do senador Sergio Moro. A decisão foi referente às ações movidas pelo PT e PL acusando o parlamentar de abuso de poder econômico.

O relator do caso, ministro Floriano de Azevedo Marques, rejeitou todas as acusações levantadas, como abuso de poder econômico, caixa 2, uso indevido dos meios de comunicação e irregularidades em contratos.

– O que estou a considerar é que gastos dessa proporção diante das circunstâncias do caso, além do lapso temporal longo da alegada pré-campanha, se apresenta bastante razoável e proporcional, não configurando abuso na pré-campanha – disse Marques.

Acompanharam o voto do relator os ministros André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques, Raul Araujo, Isabel Gallotti e Alexandre de Moraes.

Pelo X, o senador fez uma publicação celebrando a decisão unânime do TSE:

– Os boatos sobre a cassação de meu mandato foram exagerados. Em julgamento unânime, técnico e independente, o TSE rejeitou as ações que buscavam, com mentiras e falsidades, a cassação do meu mandato. Foram respeitadas a soberania popular e os votos de quase 2 milhões de paranaenses. No Senado, casa legislativa que integro com orgulho, continuarei honrando a confiança dos meus eleitores e defendendo os interesses do Paraná e do Brasil – escreveu Sergio Moro.

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