Home Bastidores Michel Temer: “Lula é quem mais divulga o presidente Bolsonaro”

Michel Temer: “Lula é quem mais divulga o presidente Bolsonaro”

por Alexandro Zinho
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Para o ex-presidente, governo que gasta tempo criticando o anterior não ajuda na harmonia do país.

Ao analisar o cenário político do país, o ex-presidente Michel Temer (MDB) ponderou que o atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é a pessoa que mais promove seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL). Para o emedebista, Lula está sempre falando de seu rival político, em especial como contra-argumento quando recebe críticas.

– Eu digo sempre: o presidente Lula vive falando do presidente [Jair] Bolsonaro. Ele é quem mais divulga o presidente Bolsonaro. Imagina se eu fosse fazer isso no meu governo, quando as pessoas me criticavam… E eu ficasse: “Mas a ex-presidente, a ex-presidente…” Eu não dizia nada. Eu ia tocando o governo – disse Temer em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.

Para ele, no Brasil, o governo tem o hábito de querer destruir a gestão anterior, e a oposição, destruir a atual.

– A oposição tem um sentido político, ou seja, se eu perder a eleição o meu dever é destruir aqueles que ganharam. No Brasil, nós temos a ideia de que cada governo que chega precisa destruir os anteriores. Tanto que o vocábulo herança maldita se incorporou ao vocabulário político do país. (…) Cada governo que chega, quando critica o governo anterior, não está ajudando a harmonia do país – declarou.

Temer disse ainda que acreditava que Lula iria se esforçar para pacificar o país, mas se desapontou nesse sentido.

– Houve um equívoco, uma distância entre a palavra e a ação. Eu achei [que] ele [Lula] faria uma espécie de governo de redenção nacional. Ele declararia: “Eu vou pacificar o país”, o que significa que você vai governar para todos os brasileiros. Não significa que não haverá divergência. Acabei de dizer no início da minha fala, você tem que ter oposição, divergência, tem temas que são delicados. (…) Eu acho que faltou talvez um pouco de vontade política de um lado e, de outro lado, como o Brasil já estava radicalizado, houve agressão de todos os lados – opinou.

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