ABPO apresenta carne sustentável e planeja indicação geográfica para fortalecer o produto ainda este ano.
Durante a Anuga Select Brazil 2024, a Carne Sustentável do Pantanal ganhou destaque apresentada pela Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO). Este evento é uma das maiores feiras de alimentos e bebidas da América Latina e proporcionou à ABPO uma oportunidade para exibir o compromisso do Pantanal com práticas sustentáveis e orgânicas na pecuária. Além disso, a associação participou de um painel sobre a sustentabilidade da carne brasileira, que contou com a presença de representantes da Embrapa. Para este ano, a ABPO planeja obter a certificação do selo de Indicação Geográfica (IG) junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), uma importante conquista que deve elevar o reconhecimento da carne do Pantanal e promover boas práticas de manejo.
Para Eduardo Cruzetta, presidente da ABPO, a presença no Anuga foi uma oportunidade para reforçar a proposta de sustentabilidade da associação. “Foi uma ocasião valiosa para mostrar ao público o protocolo de carne sustentável desenvolvido pela ABPO, que estabelece normas para boas práticas de produção, respeito ao meio ambiente e valorização da cultura pantaneira”, afirmou.
A Indicação Geográfica (IG) é um reconhecimento atribuído a produtos com características únicas e qualidade associadas à sua origem. No caso da carne sustentável do Pantanal, o selo promoverá não apenas o local de origem, mas também os métodos sustentáveis empregados pelos pecuaristas. Isso impulsiona a preservação ambiental, valoriza a cultura local e garante padrões de qualidade, agregando valor ao produto e fortalecendo a economia regional.
Atualmente, a ABPO conta com 140 associados, 220 fazendas, totalizando 1,4 milhão de hectares, e mais de 450 mil bovinos certificados. A associação realiza o abate de cerca de 12 mil animais por mês, embora esse número possa variar de acordo com a estação do ano. Em 2003, a ABPO desenvolveu o ‘Protocolo Carne Sustentável’, que define práticas como manejo adequado de pastagens e uso de técnicas que minimizam o impacto ambiental.
Silvio Balduino, Gerente Executivo da ABPO, destaca um aspecto único da carne do Pantanal: ela é produzida em áreas alagáveis, onde a fermentação da matéria orgânica naturalmente emite metano. Com a introdução de ruminantes que consomem pastagens, a produção natural de metano é reduzida. Além disso, a presença da pecuária ajuda a prevenir grandes incêndios, que frequentemente ocorrem devido ao acúmulo de matéria orgânica em decomposição.
Com a certificação da Indicação Geográfica no horizonte, a carne sustentável do Pantanal está prestes a ganhar ainda mais reconhecimento, solidificando-se como um produto que representa sustentabilidade, tradição e qualidade.
Fonte: Portal do Agronegócio