Home Bastidores De acordo com especialistas, o Ministério da Saúde está distorcendo os dados sobre a dengue

De acordo com especialistas, o Ministério da Saúde está distorcendo os dados sobre a dengue

by Alexandro Zinho
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Eles afirmam que o Ministério está usando dados incompletos e exagerando os valores dos repasses.

Especialistas apontaram que o Ministério da Saúde, sob a liderança de Nísia Trindade, está manipulando os dados para minimizar a gravidade da epidemia de dengue que afeta o país. Em uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, Alexandre Naime Barbosa, destacou inconsistências promovidas pelo ministério.

Segundo ele, o ministério está usando informações que não são adequadas para comparação ao afirmar que a taxa de mortalidade é menos da metade do ano passado, porque esses números não levam em consideração os casos prováveis, enquanto as análises de 2023 já foram finalizadas.

No ano passado, foram confirmadas 1.094 mortes por dengue, enquanto este ano foram 513. No entanto, outras 903 mortes ainda estão sob investigação.

O epidemiologista Wanderson de Oliveira, também consultado pelo jornal, reforçou os argumentos de Barbosa, destacando que esses indicadores devem ser vistos com cautela, pois há muitos fatores que influenciam, levando a uma falsa sensação de segurança.

– No momento atual, a prioridade deveria ser a implementação de uma força-tarefa para investigar os óbitos e compreender se as causas dessas mortes foram devido às características das pessoas ou à qualidade dos serviços prestados. Essa postagem foi muito infeliz, pois é fria e passa a impressão de que se trata de números. Para quem perdeu um ente querido, a letalidade é de 100% – disse ele, ao se referir à publicação de Nísia Trindade ao dizer que a “taxa de letalidade, em 0,3% dos casos, ainda é menos da metade do ano passado (0,7%)”.

Além disso, anúncio de repasses contra emergências sanitárias em estados e municípios foi inflado pela pasta. Enquanto o ministério afirma que elevou a cifra para R$ 1,5 bilhão, o valor ainda não consta no orçamento.

Ao ser contatado, o ministério afirmou que se tratam de “recursos discricionários que serão realocados”. Um mês após o anúncio do valor, contudo, a verba repassada é de R$ 60 milhões.

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