Home Bastidores Prefeitos reclamam da queda do FPM, mas torram dinheiro público com glamour em Bonito

Prefeitos reclamam da queda do FPM, mas torram dinheiro público com glamour em Bonito

por Aspone
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Uma das principais cidades turísticas do Brasil, Bonito volta a ser ponto de encontro de prefeitos e primeiras-damas, neste ano, em Mato Grosso do Sul.

Trata-se do ‘2º Encontro de Prefeitos e Primeiras-Damas’ promovido pela Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) nos dias 4, 5 e 6 de dezembro, no Hotel Zagaia Eco Resort.

Regado a um suculento cardápio, que inclui moqueca de peixe, outras iguarias regionais,  sobremesa, e bebidas finas, como uísque e vinho, o encontro foi organizado pelo presidente da entidade municipalista e prefeito de Nioaque, Valdir Couto Júnior (PSDB).

O ‘comes e bebes’ será aos moldes do primeiro evento ocorrido ano passado como estratégia da campanha à reeleição de Valdir Júnior, que inclusive, gerou críticas dos associados e resultou na desfiliação de prefeitos, como é o caso de Eraldo Jorge Leite (PSDB), de Jateí.  

O evento é todo pago pela Assomasul, ao mesmo tempo em que a maioria dos 79 gestores públicos do Estado reclama da queda vertiginosa dos repasses do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), uma das principais fontes de receita das prefeituras, a exemplo do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

A festa glamorosa, além do requintado cardápio pago pelo contribuinte, inclui jantar com show nacional com Maria Cecília e Rodolfo e João Haroldo e Betinho, além de estadia na bela cidade pantaneira.

Entre as atrações da programação, a Assomasul fretou um avião para trazer a Mato Grosso do Sul o presidente da CNM (Confederação Nacional de Municípios), Paulo Ziulkoski, que deve deixar a sua mensagem aos participantes para o próximo exercício financeiro, apesar de ser bastante pessimista com relação à situação econômica das prefeituras durante o governo Lula (PT).

O conceituado  Ângelo Roncalli irá falar justamente sobre um assunto que mais preocupa os prefeitos brasileiros, que é brusca a redução dos valores do FPM.

Ele irá proferir palestra sobre o impacto das prefeituras com a redução da transferência constitucional.

Outras personalidades nacionais também vão discorrer sobre temas como ‘onde está o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul’; ‘Governança  Pública na Agenda ESG’; ‘Persuasão Sem Esforço – entenda como ser Assertivo’; e ‘Posicionamento Digital para Prefeitos’.

EM QUEDA LIVRE

As projeções dos repasses do FPM desde setembro têm agravado o cenário de crise com as sucessivas quedas nas transferências constitucionais.

O pessimismo em relação aos repasses pode ser evidenciado em todos os cenários levantados pela CNM e registrado em nota crítica pela entidade com base nos dados divulgados pela STN (Secretaria do Tesouro Nacional).

A CNM esclarece que a sequência de reduções nos repasses do FPM ocorreram por conta da redução de 16,4% ou R$ 13,2 bilhões da arrecadação do IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica), explicada pela diminuição do lucro das empresas, em especial aquelas ligadas à exploração de commodities (produtos primários com cotação no mercado internacional).

Neste ano, as restituições do Imposto de Renda foram elevadas em R$ 6,6 bilhões no período (crescimento de 22,7%), o que também contribui com a redução do montante repassado aos municípios.

A perda total dos recursos a serem repassados via FPM neste segundo semestre chega a R$ 17,6 bilhões, conforme a entidade.

Não é à toa que prefeitos de todo o país não arredam o pé de Brasília, onde pressionam parlamentares e o governo federal a fim de garantir uma compensação que venha a tapar o rombo nos cofres municipais.  Enquanto, isso, em Bonito, os gestores sul-mato-grossenses se divertem com o dinheiro do contribuinte.

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